Músicos mossoroenses
queixam-se sobre a forma que a Polícia Ambiental (PA) vem realizando a
fiscalização para constatar a poluição sonora em bares e restaurantes do
município. Segundo eles, o método utilizado pelas autoridades é um tanto
arbitrário, gera constrangimento e dificulta a realização do trabalho por parte
dos artistas.
O músico Marcelo
Noberto disse que é preciso haver um consenso entre músicos e Polícia Ambiental
para determinar qual seria a forma mais apropriada de fazer música, isto é,
estabelecer um padrão que não prejudique os artistas e os moradores que residem
próximos a bares.
"Muita gente na
cidade se sustenta com o dinheiro que ganha através da música e a forma como as
autoridades têm realizado a fiscalização nos deixa constrangidos e prejudica
nosso trabalho, pois as pessoas começam a olhar estranho quando veem a polícia
chamando o artista, pedindo para que este desça do palco. É importante que se
discutam formas de contornar a situação, que não prejudique nenhuma das partes
envolvidas, isto é, os proprietários dos restaurantes e bares, os músicos, os
moradores e a própria polícia", destacou Marcelo.
Outro ponto destacado
pelo músico Diego Nunes diz respeito aos métodos utilizados para realizar a
fiscalização.
"Muitos artistas
têm se perguntado se o decibelímetro utilizado pela PA é adequado para este
trabalho em restaurantes e barzinhos. Outro questionamento é sobre a realização
da perícia nos instrumentos. Será que no município há profissionais
qualificados para realizar essa aferição?", indagou o músico.
Chefe da Polícia
Ambiental de Mossoró, tenente Almeida explicou que os instrumentos utilizados
para fazer a fiscalização estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
"A fiscalização
é realizada de forma imparcial. A população liga para o 190, solicita a visita
da polícia ao local para verificar a situação e realizamos a aferição para
comprovar se de fato existe poluição ambiental no estabelecimento. Caso haja a
apreensão dos instrumentos, estes são enviados à empresa Nissí, que tem
autorização do Inmetro para realizar a calibração do instrumento".
Ele ainda destacou
que muitos estabelecimentos da cidade não têm o Licenciamento Ambiental.
"Para evitar
algumas situações é importante que os estabelecimentos busquem na Prefeitura
retirar a licença ambiental, pois além de regular a situação do som, ela
determina as normas referentes à reciclagem, dispensa do lixo, entre outros
pontos. De acordo com a Lei Estadual nº 6621/1994, os limites máximos de
decibéis à noite são 45 em ambientes residenciais, e 55 em lugares
diversificadamente habitados".
Além de perturbar o
sossego, um som a partir de 50 decibéis traz efeitos negativos a curto e longo
prazos para as pessoas que são obrigadas a escutá-lo.
*Jornal O Mossoroense
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