quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CONVITE MISSA 7º DIA

Os familiares de Albaniza de Freitas Vale, agradecendo a todos os amigos a solidariedade recebida neste momento de dor e de saudades e agradecendo, também, a todos os profissionais de saúde que tão carinhosamente cuidaram dela, convidam parentes e amigos para assistirem às MISSAS DE 7º DIA de seu falecimento que serão celebradas:


-Sexta-feira, 27 de janeiro, na Capela do Divino espírito Santo, Rua Marechal Deodoro, S/N, Barrocas - Mossoró-RN, às 18 horas.

-Sexta-feira 27 de janeiro, na igreja de Nossa Senhora da Candelária, Candelária, Natal-RN, às 18 horas.

-Sábado, 28 de janeiro, na Capela de Cristo Rei, Rua Damião Queiróz, Praia das Emanoelas - Tibau/RN, às 17:30.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Nota de falecimento


Comunicamos com pesar a todos os nossos amigos e leitores, o falecimento de Dona Albaniza Vale, mãe do vereador Genivan Vale, na manhã de hoje, 21 de janeiro. O corpo está sendo velado na Capela do Divino Espírito Santo.

Na manhã deste domingo, 22, às 08h00 acontecerá missa de corpo presente na Capela do Divino Espírito Santo, logo após seguindo para o Cemitério São Sebastião.

Dona Albaniza deixa esposo, 15 Filhos, 45 Netos e 23 Bisnetos... Partindo para junto de Deus e ficando na memória e no coração de cada um.


Em nome de toda família Vale, agradecemos o apoio e as palavras de conforto de todos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Morre o bispo dos grandes ideais


Natural de Apodi, adotado pela cidade de Mossoró, morreu ontem aos 83 anos de idade dom José Freire de Oliveira Neto.

Segundo bispo com origens fixadas na região, dom José governou a diocese durante 20 anos.

Com duas décadas de atuação direta no comando da Igreja em nível regional, dom José Freire pertence à safra dos bispos de grandes ideais, que marcou a era de ouro da Igreja no Brasil.

Na diocese, ele foi o bispo que abriu as portas da Igreja para os leigos, criou as assembleias de pastoral, aplicou o planejamento participativo e reacendeu as pastorais sociais.

Pertencente à geração dos militantes da Igreja Pós-Conciliar, tinha opções eclesiais claras e dedicava seu trabalho a causas nobres, ao lado de grandes religiosos do Nordeste, como Aloísio Lorscheider, José Maria Pires, Hélder Câmara, Paulo Evaristo, Eugênio Sales e Luciano Mendes.

Na época em que assumiu o comando da Igreja na Diocese de Mossoró, dom José Freire foi responsável pelo desenvolvimento de um importante trabalho num período de transição sociopolítico do país.

Naquela época, 1984, ainda vivendo sob a ditadura militar, havia no episcopado brasileiro uma natural divisão entre os bispos.

Mesmo diante da instabilidade dom José optou ficar do lado do povo, lutando pelo resgate da democracia, justiça social e pela liberdade de expressão.

Iniciou seus estudos de padre no Seminário de Santa Teresinha, em Mossoró, deu andamento no Seminário de São Leopoldo (RS) e concluiu com o mestrado em Ciências da Educação, com especialização em Catequese, pela Pontifícia Universidade Salesiana, em Roma.

"Era nostálgico e, ao mesmo tempo, divertido, escutar dom Freire falando da sua bela história vocacional. Várias vezes, no Seminário de Santa Teresinha, tivemos a oportunidade de escutá-lo: narrava com detalhes, desde o dia em que chegou de trem a Mossoró para entrar no seminário menor, suas viagens de navio a São Leopoldo, sua relação de amizade com Sátiro e Américo, que, na época, também eram seminaristas", destaca o padre Talvacy Chaves, que estuda Comunicação Social em Roma.

Após décadas dedicadas à religião e às causas sociais, dom José Freire parte deixando uma marca no zelo pelas pastorais sociais: Ceapac (Centro de Apoio a Projetos Alternativos Comunitário), CPT (Comissão da Pastoral da Terra) Cáritas, Pastoral da Criança, entre outras.

"Dom Freire entendia que ser pastor em uma realidade onde a maioria vive à margem dos direitos humanos básicos, não priorizar a pastoral social, seria como marginalizar na Igreja o próprio Jesus Cristo, ou seja, relativizar o tão sonhado Reino de Deus, revelado por Jesus nas Bem-Aventuranças de Mateus", conclui Talvacy Chaves.

Dom José Freire passou nove dias em coma profundo após sofrer Acidente Vascular Cerebral

Dom José Freire começou a se sentir mal na madruga do dia 31 de dezembro, sábado. De acordo com sua irmã, Maria do Socorro Freire, o bispo tentou levantar-se para conseguir ajuda e caiu, o que provocou uma lesão ainda maior. O Serviço Móvel de Urgência e Emergência (Samu) foi acionado, e o religioso foi levado ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Fez o exame de tomografia, no qual se constatou um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Foi operado às pressas na manhã daquele mesmo dia, mas não reagiu após a retirada da sedação. Encaminhado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Wilson Rosado, permaneceu nove dias em coma profundo. Por volta das 2h30 de ontem, o bispo morreu, vítima de parada cardíaca. Às 6h37, a Diocese de Mossoró comunicou o fato oficialmente por intermédio de seu blog.

O AVC hemorrágico ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo dentro do crânio. Em contato com o tecido nervoso, o sangue provoca ação irritativa. A inflamação e o efeito da pressão exercida pelo coágulo prejudicam e degeneram a função cerebral. No último dia 31, dom Freire deve ter tido sintomas como dificuldade de mover o rosto, de movimentar os braços e de falar, fraqueza nas pernas e problemas de visão.

Em entrevista à imprensa local na semana passada, o médico Bernardo Rosado, que acompanhou o quadro clínico do bispo, havia alertado para a situação, considerada "crítica". A pressão sofrida pelo crânio era forte e a idade de dom Freire - 83 anos -, muito avançada. O fato de não ter dado sinais positivos após a sedação também desanimava. Até a madrugada de ontem, quando morreu, o bispo respirava com ajuda de aparelhos.

(Retirado do Jornal O Mossoroense)

domingo, 8 de janeiro de 2012

"Nos últimos três anos do governo Fafá foram gastos entre R$ 26 e R$ 27 milhões em festas e propaganda"

Na última quinta-feira, o vereador Genivan Vale (PR) recebeu a reportagem do O Mossoroense em seu escritório de trabalho para uma entrevista esclarecedora sobre a situação na saúde. Membro da Comissão de Saúde da Câmara e um dos políticos que mais conhecem o assunto em Mossoró, o republicano traça nesta entrevista, em que a política partidária ficou em segundo plano, um raio x do caos na saúde em Mossoró. Explica a origem do problema na forma como os recursos federais são repassados e faz um apelo pelo fim da influência política nos critérios de repasses que a Prefeiura de Mossoró faz aos hospitais.

O Mossoroense: Estamos vivendo um dos momentos mais críticos na área da saúde na história de Mossoró. Na sua opinião, a que se deve isso?

Genivan Vale: Olha... inicialmente a gente sabe que existe um subfinanciamento na saúde. O Governo Federal é o único ente da Federação que não tem definição na Constituição de quanto deve gastar com saúde e o que realmente é gasto com saúde. Além desse empecilho, nós sabemos que alguns estados e municípios têm essa determinação constitucional, mas usam esse dinheiro da saúde para outros fins e dizem que é dinheiro para a saúde. Então, você junte esses problemas que são o subfinanciamento, pouco dinheiro, gastos de dinheiro da saúde que não são com a saúde, má gestão em alguns casos e aí chegamos a essa bomba que estamos vendo. Além disso, ainda ficando no plano federal, tivemos no governo Fernando Henrique o Proer, que foi um movimento para salvar o sistema bancário brasileiro que é hoje um dos mais sólidos e confiáveis do mundo. Na época houve muita crítica dos petistas quando os tucanos fizeram essa proteção. Diziam que era só para proteger os banqueiros e a gente viu que na realidade serviu também para proteger quem tinha o seu dinheiro no banco. Com o governo de Lula veio também um gasto em todos os ministérios para proteger a indústria automobilística. Aí você pode me perguntar se sou contra essas medidas e eu direi que não. Agora eu pergunto por que não há essa mobilização nacional para salvarmos a saúde. Por que não há essa mobilização política para que possamos procurar todas aquelas entidades que tratam a saúde sem fins lucrativos, hospitais públicos e salvar. Isso deveria partir do Governo Federal que é quem mais arrecada. Voltando para o nosso plano municipal e estadual. Entendo que faltou planejamento nos governos estaduais e municipais. Nós temos uma cidade com a população crescendo e os números de hospitais diminuindo e a gestão é plena. Isso significa que o município teria que se preocupar com isso. O que está acontecendo que os hospitais estão fechando. O município deveria elaborar um diagnóstico e chamar a todos para juntos, independente de cor partidária, fazermos uma campanha para salvarmos o SUS em Mossoró.

OM: Por que isso não acontece?

GV: O que acontece? Ficam nesse jogo de empurra-empurra e o pobre, usuário do SUS, fica sempre levando pancada na cabeça, sendo humilhado nas portas dos hospitais públicos e particulares que tem convênio com o SUS. A gente acha isso inadmissível. Fiquei me perguntando agora: antes ficavam sempre jogando a culpa no Governo do Estado, acusando a governadora Wilma e o governador Iberê de não repassarem os recursos. Agora estamos há um ano no governo de Rosalba que é aliada da prefeita Fafá, e agora? O problema se agravou. O Governo do Estado já não é mais o culpado. Os culpados agora são os médicos? Os usuários do SUS? São todos os profissionais que estão empenhados em fazer o SUS funcionar? Ficam essas perguntas aí para que a gente possa descobrir quem são os culpados.

OM: Durante toda essa polêmica nos últimos dias houve uma tentativa de parte da prefeitura de culpar os anestesiologistas. Na sua opinião, essa é a versão correta?

GV: Estão sempre puxando essa história do juramento dos médicos e eu pergunto a quem está nesse momento lendo o jornal: alguém trabalha de graça? Então não adianta vir querer culpar os médicos que são profissionais que estão lutando pelos salários deles. Alguns chegam a ter três meses de salários atrasados e aí não são só os médicos. Os médicos muitas vezes possuem outras fontes de renda, mas e os auxiliares de serviços gerais que deixam a sala de cirurgia limpa? E os técnicos e auxiliares de enfermagem? Esse pessoal ficar três, quatro meses tem ambição em querer receber? Quem é que repassa esse dinheiro por ser gestão plena é o município. Quando ele atrasa a uma empresa ou instituição onde 90% do faturamento é pelo SUS ela com certeza vai atrasar os salários dos funcionários. A gente lamenta esse jogo de empurra da prefeitura. Antes ela dizia que a culpa era do Governo do Estado e agora culpa os profissionais da saúde, em especial os médicos.

OM: Como o senhor vê o papel do deputado Leonardo Nogueira, que é médico, nesse episódio?

GV: Lamento muito que um colega da área da saúde, militante com mandato que é doutor Leonardo. Ele deveria ter abraçado essa causa da saúde e em especial a questão da maternidade que durante anos e anos ele fez parte dela. É triste que ele venha a público condenar seus colegas, dizendo que está havendo ambição e dizendo quanto os médicos ganham. Não adianta esse tipo de atitude para jogar a população contra os profissionais médicos. Ele tem que vir para o epicentro do problema e chamar os colegas para resolver o problema. Tentar jogar a população contra a classe médica só me dá uma certeza: a de que isso não funciona.

OM: A questão política tem impedido uma solução para o problema?

GV: Eu acredito. Inclusive disse na quinta-feira da semana passada em conversa com doutor Laete, doutor André e Vânia Bolão numa visita em que fui colher subsídios para que a Câmara possa fazer alguma coisa eu disse isso: que esse estresse político entre o grupo da prefeita Fafá e o grupo da deputada Sandra Rosado tem atrapalhado. A gente sabe que a maternidade pertence a um grupo adversário dos atuais ocupantes do Palácio da Resistência e a gente sente que há má vontade nesse processo todo e a gente não gostaria de ver esse tipo de coisa e Laete me confessou uma coisa e disse: 'Genivan, eu tenho quase 40 anos aqui dentro e desde menino vejo Mossoró com esse tipo de atitude política'. Isso é lamentável. A gente espera que os grupos políticos possam crescer e amadurecer para que a gente não veja mais esse tipo de problema que só tem um perdedor que é o povo de Mossoró. Peço aqui a serenidade de todos os grupos para que a gente não veja fechar mais um hospital em Mossoró.

OM: Sempre vejo os seus discursos na Câmara e vejo um enfoque na falta de gestão no Executivo municipal na área da saúde. Na opinião do senhor, levando em conta o que se gasta com festas, praças e propaganda, esses recursos não dariam para construir uma maternidade pública aqui em Mossoró?

GV: Com certeza. Na realidade não é uma questão de gestão, mas de prioridade. O município alega que gasta mais do que deveria com saúde, ou seja, mais do que a Constituição preconiza. Aí eu pergunto: se na nossa casa nós temos que fazer uma feira e só temos R$ 300 e de repente temos mais um filho e esse dinheiro não dá mais. Nós vamos deixar o filho morrer de fome? Nosso parente morrer de fome porque a gente estipulou que só teria R$ 300 para gastar com a feira? Claro que não. Do mesmo jeito é o município. O que determina a Constituição é de que se deve gastar pelo menos 15% do orçamento, mas se não está dando nós vamos ficar só nesses 15%? É aí que vem a questão que eu bato: a prioridade. Somente nos últimos três anos do governo Fafá foram gastos entre R$ 26 R$ 27 milhões em festas e propaganda. Não é o vereador Genivan Vale quem está dizendo, acessem o Portal da Transparência. Lamento essa inversão de prioridades. Não tem propaganda melhor do que o cidadão sair dizendo que mora numa cidade que tem um atendimento público de qualidade na saúde. Não tem propaganda melhor do que a pessoa humilde todo mês ir ao posto de saúde do bairro e o remediozinho da diabetes e da hipertensão estar lá. Não tem coisa pior do que a gente pegar dinheiro público e pagar a profissionais para inventar histórias na TV dizendo que está tudo as mil maravilhas a gente sabendo que não está. Os novos gestores que virão precisam mudar esse modus operandi de alguns gestores, em especial aqui do Nordeste, de querer incutir na cabeça da população que está tudo as mil maravilhas quando na verdade não está. O cara vai a um posto de saúde e falta medicamento e quando chega em casa liga a TV e estão dizendo que Mossoró é a melhor cidade do mundo para se morar. Não bate a propaganda com a realidade.

OM: Russas é quatro veses menor que Mossoró e a essa altura deve estar tendo muita propaganda por lá...

GV: ... Lamentável né! Eu acho que o prefeito de lá deve estar se perguntando como uma cidade do porte de Mossoró precisa da ajuda de uma cidade de 70 mil habitantes. Lamento isso. A gente precisa ter serenidade e não esquentar a cabeça e resolver os nossos problemas. A gente precisa acreditar nos nossos gestores. Temos capacidade de ter uma grande rede hospitalar e não temos. A classe média e a classe média alta estão indo ter seus filhos em Natal e Fortaleza e a gente acha isso inadmissível. Temos que voltar a ter o choro das crianças em nossa maternidade.

OM: Voltando a essa questão do contrato dos anestesiologistas. A prefeitura afirma que não quebrou o contrato e os profissionais dizem o contrário. Quem tem razão nessa história?

GV: Na realidade, Bruno, a gente tem visto algumas declarações e todos viram alguns veículos tentando jogar a população contra os médicos, dizendo que eles só pensam em dinheiro. Não vamos dizer que a classe médica está 100% correta. A gente sabe que todas as áreas têm os bons e os maus profissionais e a classe médica não é diferente. Agora a grande maioria da área de saúde é composta de pessoas sérias. Mulheres e homens dignos. A gente lamentou isso. Estou aqui e já lhe mostrei os documentos da Gerência da Saúde datado de 23 de dezembro informando que a partir de 1° de janeiro de 2012 não iria mais pagar o SUS para gestantes que viessem de fora. Aí a gente pergunta: o médico vai ficar na calçada da maternidade dizendo: "Você que é de Mossoró entra, você que não é vai embora". Isso é o gestor que tem que fazer. No dia 27 o doutor Ronaldo Fixina enviou documento em resposta comunicando que a partir do dia 1° de janeiro, às 7h, não ia mais atender os pacientes do SUS e que não haveria mais atendimento na Apamim, na Maternidade Almeida Castro. A gente ficou se perguntando por que esperaram acontecer todo esse drama com essas jovens senhoras que precisaram dar à luz entre o dia 1° e o dia 3 quando houve toda essa confusão. O serviço voltou, mas de forma reduzida. Está lá o atendimento sendo feito numa única sala e com a UTI fechada. A gente não pode concordar com isso.

OM: Como a Câmara Municipal pode colaborar para solucionar esse problema?

GV: Solicitei ao presidente da Câmara Municipal que convocasse todos os vereadores para uma reunião extraordinária. Essa é a hora da Câmara dizer por que é que é preciso um Legislativo na cidade. É hora dos vereadores esquecerem o lado político, as cores de seus partidos e lutarem por essa causa que é do povo de Mossoró.

OM: Qual foi a posição do presidente da Câmara?

GV: Ele disse que iria consultar a assessoria jurídica para realmente ver o que a Câmara poderia fazer. Estou aguardando. Já liguei para outros vereadores e todos com quem conversei concordam e estamos aguardando uma manifestação do nosso presidente.

OM: Falando agora de política partidária. Como está a situação do PR? O partido está definitivamente liberado para fazer a aliança que quiser em Mossoró independente de João Maia ir ou não para a base da governadora Rosalba Ciarlini?

GV: Eu, diferentemente de alguns que dizem que o partido está isso ou aquilo... nós temos tido conversas com o deputado João Maia e sempre que tenho conversas sobre o partido gosto de levar alguém para ouvir. Na última conversa que tivemos levamos o nosso digníssimo Marcelo Batista Rosado, o presidente do partido, e o suplente de vereador Vingt-unzinho e foi isso que ele me disse ao perguntar a situação de Mossoró e nós fizemos um breve resumo de como estava e ao final ele perguntou qual era a nossa linha e eu pedi ao deputado que convencesse a executiva estadual porque a executiva municipal e o nosso mandato queríamos seguir junto com a oposição. Na frente desses que citei anteriormente, ele disse que poderíamos seguir o nosso rumo e tomar uma posição entre janeiro e fevereiro. Sou uma pessoa que sempre acredita nas pessoas e não posso jamais duvidar do deputado João Maia. Até agora, pelo que tenho visto, ele sempre tem cumprido a palavra mesmo que ele venha mais à frente se arrepender ou ser prejudicado por ter dado a palavra naquele momento. Eu acho que em Mossoró não será diferente e aqui teremos a liberdade de seguir na base de apoio da presidente Dilma que faz oposição à atual prefeita de Mossoró.

OM: Se hoje não fosse 5 de janeiro (a entrevista foi gravada na última quinta-feira) fosse 5 de junho, o PR seguiria com PSB ou PT?

GV: Eu não posso falar uma única palavra pelo partido porque ainda não reunimos a executiva. De minha parte eu preferiria que a oposição estivesse unida sem sair com dois candidatos. Acho que a oposição tem dois grandes candidatos. Tem um nome já massificado e testado que é o da deputada Larissa Rosado e tem outro que é uma surpresa de origem humilde que provou que é possível vencer na vida através do estudo e do trabalho que é o magnifico reitor Josivan Barbosa. Então temos dois grandes nomes. Precisamos ter serenidade para unir a base de apoio a presidente Dilma e continuar esse belíssimo trabalho que vem sendo feito a nível nacional e local. Mossoró precisa ter consciência de que temos que distribuir renda e ter uma ação social mais efeitiva e não temos isso aqui há anos. Por isso essa explosão de violência e tanta gente de fora vindo pegar os nossos empregos, porque não estamos capacitando os nossos jovens, nem dando uma condição digna aos nossos munícipes.

*Jornal O Mossoroense (Bruno Barreto)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Renegue-se a rebelião dos intocáveis

MENSAGEM DO ESCRITOR AGASSIZ ALMEIDA AO MINISTRO CEZAR PELUSO, PRESIDENTE DO STF

Renegue-se a rebelião dos intocáveis.
Em face deste descaminho a nação queda-se impactada

Reduzir o Conselho Nacional de Justiça a um mero órgão recursal é fazê-lo caricato


Ao assistirmos incrédulos e ao mesmo tempo indignados, aos acontecimentos que irromperam nas altas esferas do Poder Judiciário, fatos me chegam à mente e despertam para a  elaboração desta mensagem dirigida a Vossa Excelência.

Remonto aos trabalhos na Assembléia Nacional Constituinte (1986- 1988), dos quais participei na condição de membro da Comissão de Organização dos Poderes, através da qual pude alcançar o acendrado    corporativismo das instituições judiciárias do país.

Àquela época, a proposta da criação de um conselho de justiça foi derrotada. Décadas se passaram; e hoje, no descortinar de 2012 não podemos compreender as reações desenfreadas de um grupo de associações judicantes em contestar o trabalho, altamente dignificante, da corregedora do Conselho Nacional de Justiça, Eliana Calmon.

A este respeito, salta à minha memória o livro “A rebelião das elites”, de Christopher Lasch, no qual o autor analisa como certas elites corporativistas  reagem  quando ameaçadas nos seus privilégios.

Até poucos anos passados, mergulhadas numa redoma sob couraça de barreiras intransponíveis, as instituições judiciárias inadmitiam qualquer controle externo, atualmente em face do processo de democratização e fiscalização de suas ações, através dos seus dirigentes  classistas,    rebelam-se quando alguns dos seus integrantes são chamados à responsabilidade funcional, como agentes  do Estado.

Sob uma visão histórica da nossa formação, desde o império, fomos encontrar as raízes desta desencontrada rebelião das associações judicantes.

O que testemunhamos? Poucos anos atrás, uma cortina ameaçadora e silenciosa, encobria qualquer procedimento investigatório acerca dos agentes judicantes. Hoje, dirigentes de associações classistas procuram inverter o pólo das acusações apontando a ministra corregedora como passível de ação administrativa e até penal.

Desloca-se o foco acusatório. Neste cenário, os indigitados poderão receber o passaporte da impunidade.

Neste momento, a consciência da nação procura encontrar a razão pela qual as entidades associativas do judiciário tentam revestir certos agentes indigitados na prática de ilícitos  sob a aura da intocabilidade, vedando uma análise investigativa.

Tudo parece imergir para decisões comprometedoras. Pressente-se algo incompatível com as aspirações do país. Forças encasteladas nos altos poderes ameaçam enfraquecer as funções do Conselho Nacional de Justiça.

O corporativismo no Brasil sempre se colocou bem diante das mais diversas conjunturas, e delas soube extrair imediatas vantagens.

Por lei, todo agente do Estado, como parlamentar, magistrado, promotor de justiça etc, deve entregar cópia  da sua declaração de imposto de renda aos órgãos onde exercem as suas funções.

Há algo maior por trás deste joguetear.

Qual o escopo principal de tudo isto? Golpear os poderes do Conselho Nacional de Justiça,  já tão limitados.

Cria-se o clima do sobressalto. Bradam: “Quebraram sigilos fiscais e bancários.” Mera encenação.  E quem violentou os princípios da moralidade e se apropriou dos recursos públicos, o que deve responder?

Sr. ministro, a nação assiste impactada a rebelião dos intocáveis.

Reduzir o Conselho Nacional de Justiça a um mero órgão recursal  é fazê-lo caricato.


Agassiz Almeida, escritor, Promotor de Justiça aposentado, ex deputado constituinte de 1988. Membro da Comissão da Organização dos Poderes na Assembléia Nacional Constituinte. Autor dos livros, “A República das elites” e “A Ditadura  dos generais”. Participou de congressos mundiais em defesa dos direitos humanos.

Estrutura do Meios continua abandonada após um ano de extinção

O interventor do Movimento de Integração Social do Rio Grande do Norte (Meios), Marcos Lael, espera na próxima semana ter um posicionamento do Ministério Público sobre possível procedimento de liquidação da Organização Não-Governamental (ONG), permitindo leilão da estrutura remanescente.

Os recursos provenientes serão usados para pagamento de servidores, obrigações sociais pendentes e fornecedores. Mas, para isso, Marcos Lael informa ser preciso resolver questões de ordem jurídica. "Precisamos ter respaldo legal", observa.

Entre essas questões, segundo o interventor, está o item do estatuto instituído na época da criação do Meios, há 32 anos, determinando a doação da estrutura da ONG quando da sua extinção para órgãos congêneres, o que não é uma saída consensual.

"Há também de considerar que o Meios construiu em terreno do Estado, e isso precisa ser levado em conta. Estamos analisando isso com muito cuidado para termos o respaldo legal em tudo que fizermos, porque uma parte é do Estado e outra é do Meios", comenta.

Ele diz esperar que no retorno do recesso judiciário e do Ministério Público, próxima semana, essa análise avance no sentido de se resolver o que sobrou do Meios, cuja estrutura está abandonada em Mossoró. Sobre isso, o interventor diz vê com preocupação.

"Estamos muito preocupados com isso, e a situação realmente é muito grave, e que pode se gravar caso uma providência não seja logo tomada", alerta Marcos Lael, que lamenta a falta de interesse do poder público em aproveitar a estrutura remanescente do Meios.

Ele conta já ter feito proposta à Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) para instalar em um dos prédios uma unidade do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), mas não teve retorno. O Governo do Estado, ainda segundo ele, também não demonstra interesse.

"O correto é que tivéssemos vigia em cada prédio, mas não é possível. Acionamos a Polícia Militar, e fomos informados que não é a função dela fazer guarda patrimonial. Estamos à disposição. O que o Estado quiser, estamos pronto para conversar", diz.

ABANDONO

Enquanto isso, a estrutura do Meios em Mossoró continua abandonada, depredada por vândalos, vítima de furtos e depredações. São sete imóveis nessa situação, em vários pontos da cidade, segundo a coordenadora regional da ONG, Vânia Azevedo.

Tudo isso começou com a decisão do Governo do Estado, no início da atual gestão, há um ano, de extinguir o convênio com o Meios que mantinha em funcionamento a ONG e inúmeros serviços sociais em vários municípios do Rio Grande do Norte.

No conjunto Abolição IV funcionavam o Centro de Convivência do Idoso José Sarney e a Creche Lairson Rosado. No conjunto Liberdade, a Creche Santa Fernandes e o Centro Profissionalizante. No Alto da Conceição, a Creche Dom Jaime Câmara.

Há também o que resta do Centro Social Urbano no bairro Santo Antônio, próximo à Creche Tereza Néo, e o Centro Infantil do mesmo bairro, que funcionava próximo ao armazém da antiga Cibrazem, no acesso ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Os demais prédios onde funcionavam outros centros de assistência sociais eram alugados, e foram reintegrados pelos proprietários. O escritório da coordenação foi cedido ao departamento estadual responsável pela merenda escolar, onde funciona a Datanorte.

Vânia Azevedo conta que a situação dos sete prédios é deplorável, servindo de ponto para consumo de drogas. Alguns já sofreram incêndios, provavelmente criminosos, e estão depredados por vândalos. Parte da estrutura está sendo furtada.

Além da subutilização dos imóveis, que poderiam continuar servindo à população, Vânia também lamenta o desperdício de dinheiro público, já que os prédios foram completamente reformados e equipados na gestão estadual anterior. "Pena que estão se acabando", lastima.

*Retirado do Jornal O Mossoroense

Pacientes que necessitam de parto cesariano são encaminhadas a Russas, no estado do Ceará

A paralisação dos anestesiologistas, iniciada em 1º de janeiro, tem gerado uma série de transtornos à saúde pública de Mossoró, em especial ao serviço de obstetrícia na Maternidade Almeida Castro, única maternidade pública da região. Com a impossibilidade de realizar intervenções cirúrgicas na unidade, as pacientes que necessitam de fazer partos cesarianos são encaminhadas a Russas no estado do Ceará.

Segundo o serviço social da Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR), diante da atual situação, toda paciente em trabalho de parto que chega ao plantão do hospital é avaliada. Se for normal, a paciente fica; se necessitar do parto cesariano é encaminhada ao Ceará. Somente ontem, três potiguares foram ter seus filhos na cidade cearense.

As mulheres vão a Russas em ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, a solução momentânea acaba se tornando mais um transtorno às pacientes, tendo em vista a longa espera entre a solicitação do carro pela Casa de Saúde e a chegada da ambulância para levar a paciente. Teve um caso em que o veículo demorou mais de 40 minutos para chegar.

Além disso, as pacientes reclamam do desconforto e da insegurança de terem que viajar ao estado vizinho. "Confesso que estou angustiada. Tenho medo, não sei como vai ser durante a viagem. A gente se prepara tanto para este momento, que deveria ser feliz. E quando é chegada a hora, a gente se depara com essa incerteza", desabafa a gestante Carla Sumara, que aguardava na sala da recepção com expectativa de realizar hoje o parto cesariano.

A outra opção das gestantes, se não quiserem ter o filho em Russas, é pagar o procedimento pela rede particular. No entanto, a maioria das mulheres não têm como arcar com os custos de um parto particular, que chega a custar até R$ 4 mil.

Com a greve dos anestesiologistas, além dos cesarianos e partos normais que necessitam de anestesia, também estão suspensas as cirurgias eletivas no Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM) e Instituto de Neucardiologia do Hospital Wilson Rosado.

O anestesiologista Ronaldo Fixina enfatiza que reconhece que a população está sendo prejudicada com a suspensão dos serviços de anestesia, no entanto ressalta que a paralisação é necessária para lutar por melhorias, não apenas para a classe, mas para toda a população. "Quando cobramos melhores condições de trabalho e o pagamento por nossos serviços estamos pensando em buscar melhoria para oferecer um serviço de qualidade à população", diz.

Ele lamenta que para isso seja necessário um ato tão extremo. "Enviamos um ofício no dia 26 de dezembro informando que iríamos paralisar o serviço devido a quebra de contrato por parte da Prefeitura e nada foi feito para evitar essa situação. É uma vergonha na cidade que quer ser a metrópole do futuro, que tem poços de petróleo, as mulheres tenham que ser encaminhadas a Russas por não existir nenhuma outra opção", finaliza o especialista.

Anestesiologistas mantêm suspensão das cirurgias eletivas no COHM e no Hospital Wilson Rosado

Ontem à noite, os 11 anestesiologistas da Clínica de Anestesiologia de Mossoró se reuniram nas dependências da unidade para avaliar o movimento grevista. Na ocasião, os especialistas decidiram pela continuidade da paralisação dos procedimentos anestésicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para retomar os serviços, os especialistas reivindicam, melhores condições de trabalho, que a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) encaminhe um ofício assegurando o pagamento integral dos profissionais. O documento também deve esclarecer que não vai haver um segundo ofício anulando o primeiro. Além disso, o Executivo deve assegurar que irá manter as cláusulas contratuais até o encerramento do contrato, previsto para julho deste ano.

"Primeiro, o gerente manda um ofício dizendo que não vai mais pagar o Plus. Depois volta atrás dizendo que vai pagar. Quem garante que ele não vai voltar atrás novamente e suspender os pagamentos?. Não dá para confiar. Queremos garantir que iremos receber pelos serviços prestados", frisa diretor administrativo da CAM, Ronaldo Fixina.

Os anestesiologistas enfatizam ainda que "se houver qualquer tipo de pressão a um profissional, por parte de quem quer que seja, a categoria irá pedir a rescisão do contrato", ameaça Fixina, destacando que a possibilidade é real e poderá acarretar ainda mais prejuízo à população.

Ainda na reunião, os profissionais decidiram que irão disponibilizar um plantonista para o setor de obstetrícia na Maternidade Almeida Castro. O atendimento às gestantes que necessitam de parto cesariano no município será realizado a partir de hoje, 4. Todavia, o atendimento será restrito a uma paciente por vez.

Ronaldo Fixina informa ainda que o atendimento não mais será feito nas salas do centro cirúrgico da maternidade, que fica no primeiro andar. "Iremos atender às pacientes em uma sala do térreo, onde tem todos os equipamentos que pleiteamos. Mas será feito a cirurgia de uma em uma paciente", reforça o especialista.

*Retirado do Jornal O Mossoroense