Para não falarem que esqueci: O HRTM continua com o mesmo cenário de guerra, mas é um tremendo equívoco atribuir o caos no único hospital com pronto socorro no Oeste do RN aos profissionais que lá encaram o batente corajosamente, especialmente nos finais de semana.
A escala de médicos está incompleta em várias especialidades. Destaca-se pediátrica (atende crianças), ortopedia (quem fratura osso – comum em Mossoró) e anestesiologistas. Também tem vagas abertas na escala diária em vários dias para médico cirurgião e médico regulador.
Como não existe médico suficiente para completar a escala diária do HRTM, a solução encontrada pelo Estado foi pagar plantão extra aos médicos para eles trabalharem nos dias que deveriam descansar. Só que o Governo do Estado deu calote nos médicos.
E a conseqüência disto é que os médicos optaram por descansar ao invés de trabalhar de graça e ainda ficar sendo feito de besta pelo Governo do Estado. São pelo menos 3 meses sem pagar os plantões extras que os médicos trabalharam. O rombo já supera a casa dos R$ 600 mil.
Há poucos dias, em mais uma tentativa da direção do HRTM fechar um acordo com a Secretaria Estadual de Saúde para pagar os médicos, ficou acordado que o Governo do Estado repassaria os recursos para a Prefeitura e a Prefeitura pagaria aos médicos.
Havia uma promessa de que estes recursos estariam na conta dos médicos até o dia 20. Já calejados com tanto calote do Governo, os médicos não acreditaram e continuaram descansando nos dias e horários de descanso. Caos no HRTM.
O diretor Ney Robson, do HRTM, ainda tentou firmar um acordo com os médicos, mas não logrou êxito. Os médicos estão irados e com razão. O que o Governo está fazendo é falta de respeito com os profissionais que se sacrificam no trabalho e com o cidadão.
Na noite deste domingo, o HRTM recebeu três baleados, vários acidentados de cidades do Oeste e também do Vale do Açu. Havia pessoas na fila aguardando vaga na UTI e também pessoas no repouso masculino quando deveriam está na Clínica Médica lotada.
A sociedade mossoroense precisa reagir. Precisa exigir da governadora uma solução para o HRTM. É pela vida. Não existe explicação para se omitirem diante de um caso tão grave. É um ato de desumanidade. É covardia de um povo que se vangloria que botou lampião para correr.
*César Alves (www.nominuto.com)
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