segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mortalidade materna sobe em Mossoró

JANAÍNA HOLANDA
Da Redação

Nos últimos dez anos, o número de mulheres mortas em decorrência de complicações no parto ou durante a gravidez caiu 19% em todo o país. Foi a maior redução já registrada pelo Ministério da Saúde desde a década de 90. Na contramão da boa notícia, a região Nordeste continua preocupar, devido à concentração de óbitos.

No Rio Grande do Norte, a mortalidade materna é três vezes maior que a taxa tolerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Mossoró, a segunda maior cidade do Estado, registrou um aumento no número de mortes entre gestantes. No ano passado, foram registradas 6 mortes de grávidas, duas a mais que em 2010, disparando o coeficiente de mortalidade materna de 67 para 159,49.

De acordo com a Coordenadora do Programa de Saúde da Mulher, Vanja Lima, a explicação pode estar no fato de um maior controle nos serviços de notificação do Município.

"Quando a gente melhora o serviço de notificação, os casos aparecem, o que nos dá subsídios para traçar estratégias para reverter a situação, o que é o nosso objetivo. Nós estamos em processo de avaliação dos dados, mas de forma preliminar acredito que tínhamos subnotificações", falou Vandja, acrescentando que a mortalidade materna não pode ser avaliada isoladamente e que o atendimento à mulher, principalmente à gestante, melhorou em Mossoró.

"Nosso coeficiente de mortalidade materna está ruim, mas nós melhoramos muito na cobertura do pré-natal, passando de 19% em 2010 para 46% em 2011, o que é um avanço e mostra melhoria na atenção básica", destacou Vanja.

No ano passado, a média de atendimento pré-natal em Mossoró foi de 885, realizados através das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Apesar de o Município dispor de 43 UBS realizando acompanhamento pré-natal, a gestão enfrenta ainda o desafio de manter as gestantes na rede. "Muitas mulheres quando se aproximam do parto migram para consultórios e clínicas particulares para garantir o que médico que está acompanhando a gestação faça o parto, apesar do Município garantir a assistência gratuita ao parto", comentou Vanja.

A partir do próximo mês, o Ministério da Saúde reforçará apoio aos Municípios na implementação de estratégias que venham a reduzir os índices de mortalidade materna.
Segundo o órgão, o avanço na redução do indicador depende da ampliação do acesso aos cuidados hospitalares, acompanhamento das mulheres antes, durante e após o parto.

Mossoroenses ainda não terão direito ao auxílio-gravidez
Uma das novidades anunciadas pelo Ministério da Saúde para estimular o pré-natal na rede pública foi a criação de um auxílio financeiro para ajudar as gestantes com as despesas com deslocamento às consultas de pré-natal e à maternidade.

O auxílio será de até R$50,00, e será pago através de um cartão magnético emitido pela Caixa Econômica Federal a partir do mês de abril.

O benefício será pago em até duas parcelas. Para receber o valor integral, a gestante deve fazer o requerimento até a 16ª semana de gestação e realizar uma consulta. A partir daí, recebe R$ 25 no mês seguinte ao pedido. A segunda parcela será paga após a 30ª semana. As que solicitarem o benefício após a 16ª semana de gestação só terão direito a uma parcela de R$ 25.

Para que as gestantes tenham acesso a esse auxílio, elas devem ser cadastradas no Sistema de Monitoramento e Avaliação do Pré-Natal, Parto, Puerpério e Criança, denominado SISPRENATAL, que a partir de março ganha uma nova versão online.

O benefício, no entanto, será concedido à medida que for implantada a Rede Cegonha. Como no Rio Grande do Norte, a previsão é que apenas Natal receba o novo serviço, as mossoroenses terão que aguardar um pouco mais.

"O Ministério da Saúde só libera o recurso para as cidades onde já esteja funcionando a Rede Cegonha. Estamos bem adiantados no processo de credenciamento e tão logo seja autorizado, as nossas gestantes poderão requerer esse auxílio", concluiu o Gerente de Saúde Benjamin Bento.

*Retirado do Jornal De Fato

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