quarta-feira, 13 de abril de 2016

Ambulantes próximo à UnP são notificados para deixarem o local

Desde quando o ambulante Geovanildo da Silva começou a vender batatinha frita na avenida João da Escóssia, em frente à Universidade Potiguar (UnP), passaram-se dez anos. Tempo suficiente para o trabalhador firmar o ponto, fidelizar a clientela e garantir o sustento de sua família ao longo desses anos.

Os planos de Geovanildo da Silva eram continuar trabalhando no local onde se estabilizou há uma década. Porém, recentemente, ele recebeu uma notificação da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) informando que precisaria deixar o ponto. “Não sei como vai ficar a situação se eu tiver que sair daqui. Já tenho minha clientela fixa, e vai ser muito difícil procurar outro ponto e começar tudo de novo”, diz o vendedor.

Assim como Geovanildo da Silva, outros ambulantes com pontos fixados no trecho próximo à UnP, em especial, no canteiro em frente à Universidade, receberam a notificação para deixar o espaço. O secretario Municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente, Urbanismo e Serviços Urbanos, Tidal Amorim, explica que a medida objetiva garantir a segurança dos ambulantes, dos estudantes da universidade e dos transeuntes da região.

“O passeio público precisa ser desobstruído. Além disso, na localidade, há outro agravante que são pontos comerciais instalados no canteiro central. A situação coloca em risco os vendedores e os clientes”, alerta o secretário.

Tidal Amorim revela que os ambulantes do canteiro central devem procurar outro ponto, que não seja impróprio para as vendas. No entanto, ele declara que não vê um local adequado para os vendedores instalarem seus comércios nas proximidades da UnP. E este é justamente o impasse da situação.

A maioria dos ambulantes, assim como Geovanildo da Silva, mantém seu ponto há muitos anos na localidade e tem uma clientela fixa. Além disso, para muitos, o comércio informal é a única fonte de renda para sustentar a família.

“Não tenho outro emprego. É do carrinho de batata frita que tiro o sustento para meus dois filhos e minha esposa, que está grávida. Se eu perder esse ponto, não sei o que vai ser. Os órgãos públicos deveriam desenvolver ações para ajudar os trabalhadores e não tirar o pouco que eles têm”, desabafa Geovanildo da Silva.


O secretário Tidal Amorim declara que não tem informação precisa da quantidade de vendedores ambulantes instalados nas proximidades da UnP. “Sabemos que é um grande número, mas ainda não temos o total exato”, disse.

*Fonte: Jornal De Fato

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