Desde quando o ambulante Geovanildo da Silva começou a
vender batatinha frita na avenida João da Escóssia, em frente à Universidade
Potiguar (UnP), passaram-se dez anos. Tempo suficiente para o trabalhador
firmar o ponto, fidelizar a clientela e garantir o sustento de sua família ao
longo desses anos.
Os planos de Geovanildo da Silva eram continuar trabalhando
no local onde se estabilizou há uma década. Porém, recentemente, ele recebeu
uma notificação da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) informando que precisaria
deixar o ponto. “Não sei como vai ficar a situação se eu tiver que sair daqui.
Já tenho minha clientela fixa, e vai ser muito difícil procurar outro ponto e
começar tudo de novo”, diz o vendedor.
Assim como Geovanildo da Silva, outros ambulantes com
pontos fixados no trecho próximo à UnP, em especial, no canteiro em frente à
Universidade, receberam a notificação para deixar o espaço. O secretario
Municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente, Urbanismo e Serviços Urbanos, Tidal
Amorim, explica que a medida objetiva garantir a segurança dos ambulantes, dos
estudantes da universidade e dos transeuntes da região.
“O passeio público precisa ser desobstruído. Além disso, na
localidade, há outro agravante que são pontos comerciais instalados no canteiro
central. A situação coloca em risco os vendedores e os clientes”, alerta o
secretário.
Tidal Amorim revela que os ambulantes do canteiro central
devem procurar outro ponto, que não seja impróprio para as vendas. No entanto,
ele declara que não vê um local adequado para os vendedores instalarem seus
comércios nas proximidades da UnP. E este é justamente o impasse da situação.
A maioria dos ambulantes, assim como Geovanildo da Silva,
mantém seu ponto há muitos anos na localidade e tem uma clientela fixa. Além
disso, para muitos, o comércio informal é a única fonte de renda para sustentar
a família.
“Não tenho outro emprego. É do carrinho de batata frita que
tiro o sustento para meus dois filhos e minha esposa, que está grávida. Se eu
perder esse ponto, não sei o que vai ser. Os órgãos públicos deveriam
desenvolver ações para ajudar os trabalhadores e não tirar o pouco que eles
têm”, desabafa Geovanildo da Silva.
O secretário Tidal Amorim declara que não tem informação
precisa da quantidade de vendedores ambulantes instalados nas proximidades da
UnP. “Sabemos que é um grande número, mas ainda não temos o total exato”,
disse.
*Fonte: Jornal De Fato
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