quinta-feira, 24 de março de 2016

Cerca de 300 pacientes estão à espera de uma cirurgia ortopédica

Os ortopedistas divulgaram uma nota explicando os motivos da paralisação das cirurgias eletivas em Mossoró. Os profissionais fazem severas críticas à gestão municipal e cobra mais atenção e sensibilidade da prefeitura para resolver o caos na saúde do município.

Veja a nota na íntegra:

A Sociedade de Ortopedia de Mossoró, com fulcros na legislação vigente, mantém um contrato de prestação de serviço para a realização de cirurgias ortopédicas eletivas na Casa de Saúde Dix-sept Rosado, instituição que se encontra sob intervenção Federal.

Aproximadamente 20 cirurgias/mês eram realizadas para o tratamento dos mais diversos tipos de fraturas em pacientes carentes e totalmente dependentes do Serviço Único de Saúde (SUS).

No município de Mossoró, cerca de 300 pacientes estão à espera de uma cirurgia ortopédica. Uma crueldade patrocinada pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). Dezenas destes pacientes já estão CONDENADOS à sequelas irreversíveis. O custo social é muito alto. Muitos jamais voltarão a realizar uma atividade produtiva. Deformidades e a formação de uma legião de aleijados e aleijadas em virtude da falta de vontade política e INCOMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA. Os próceres da saúde fazem chacotas de médicos e pacientes.

O gestor da Saúde plena de Mossoró, que a cada dia agoniza, administra de forma irresponsável, estapafúrdia. Ocorre uma inversão de valores, de forma que a Saúde nunca foi prioridade na gestão do atual prefeito. O marketing pessoal e institucional em nada contribui para a solução do caos instalado na saúde pública. A população já não acredita mais nas inverdades propagadas e sente, no momento do infortúnio da doença, a triste e cruel falta de assistência médica.

O calote institucionalizado e decretado pela PMM alcançou índices jamais conhecidos: a ortopedia realizou mais de 350 cirurgias sem nenhum tipo de pagamento. Descaso, desrespeito e irresponsabilidade extrema, reflexo de uma administração fracassada e sem compromisso com a saúde pública.
Tudo permanece como Dantes do País de Mossoró, e a salvação da combalida saúde pública de Mossoró é esperada com a liberação dos royalties do Petróleo. E o prefeito pode “fazer o que quiser com essa grana?”. Como será o fenomenal e cultural Pingo da Saúde este ano, digo, Pingo do Meio-dia?. 

Sobre a UPA do Belo Horizonte, ocorre um verdadeiro festival de inverdades. Raio-X Digital (somente promessa) - Raio –x obsoleto e quebrado há mais de seis meses (verdade); ausência de condições de trabalho (verdade); impossibilidade de realizar um simples hemograma (verdade). Foram inúmeras solicitações da ortopedia/traumatologia para que o gestor proporcione melhores condições de trabalho.

É inaceitável e irresponsável o atraso ou a falta de pagamento de tantas cirurgias realizadas com zelo e responsabilidade (desde setembro de 2015 que a PMM não paga os nossos honorários).

É inaceitável a maratona de suplicação dos pacientes à procura de uma cirurgia (artigo 196 da CF). É desrespeitoso, é desumano, o descaso do gestor com a saúde de Mossoró.

Diante do exposto, protestamos contra a forma inadequada, ultrapassada e desrespeitosa dispensada a esta especialidade tão importante. As cirurgias eletivas estão paralisadas por tempo indeterminado. Pacientes com traumas devem se dirigir à Secretaria Municipal de Saúde.

Não há como suportar tamanho descaso. A população de Mossoró sem educação, sem segurança (70 homicídios em 2016) e sem saúde (todas as verbas do grande Carnaval de Mossoró foram transferidos para a Saúde) exige o mínimo de respeito.

Estaremos sempre abertos ao diálogo, desde que sejam deletadas as promessas frajutas, e as propostas vazias, inconsistentes e sem compromissos legalmente firmados.



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