Os ortopedistas divulgaram uma nota explicando os motivos
da paralisação das cirurgias eletivas em Mossoró. Os profissionais fazem
severas críticas à gestão municipal e cobra mais atenção e sensibilidade da prefeitura para
resolver o caos na saúde do município.
Veja a nota na íntegra:
A Sociedade de Ortopedia de Mossoró, com fulcros na
legislação vigente, mantém um contrato de prestação de serviço para a
realização de cirurgias ortopédicas eletivas na Casa de Saúde Dix-sept Rosado,
instituição que se encontra sob intervenção Federal.
Aproximadamente 20 cirurgias/mês eram realizadas para o
tratamento dos mais diversos tipos de fraturas em pacientes carentes e
totalmente dependentes do Serviço Único de Saúde (SUS).
No município de Mossoró, cerca de 300 pacientes estão à
espera de uma cirurgia ortopédica. Uma crueldade patrocinada pela Prefeitura
Municipal de Mossoró (PMM). Dezenas destes pacientes já estão CONDENADOS à sequelas
irreversíveis. O custo social é muito alto. Muitos jamais voltarão a realizar
uma atividade produtiva. Deformidades e a formação de uma legião de aleijados e
aleijadas em virtude da falta de vontade política e INCOMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA. Os próceres da saúde fazem chacotas de médicos e pacientes.
O gestor da Saúde plena de Mossoró, que a cada dia agoniza,
administra de forma irresponsável, estapafúrdia. Ocorre uma inversão de
valores, de forma que a Saúde nunca foi prioridade na gestão do atual prefeito.
O marketing pessoal e institucional em nada contribui para a solução do caos
instalado na saúde pública. A população já não acredita mais nas inverdades
propagadas e sente, no momento do infortúnio da doença, a triste e cruel falta
de assistência médica.
O calote institucionalizado e decretado pela PMM alcançou índices
jamais conhecidos: a ortopedia realizou mais de 350 cirurgias sem nenhum tipo
de pagamento. Descaso, desrespeito e irresponsabilidade extrema, reflexo de uma
administração fracassada e sem compromisso com a saúde pública.
Tudo permanece como Dantes do País de Mossoró, e a salvação
da combalida saúde pública de Mossoró é esperada com a liberação dos royalties
do Petróleo. E o prefeito pode “fazer o que quiser com essa grana?”. Como será o
fenomenal e cultural Pingo da Saúde este ano, digo, Pingo do Meio-dia?.
Sobre a UPA do Belo Horizonte, ocorre um verdadeiro
festival de inverdades. Raio-X Digital (somente promessa) - Raio –x obsoleto e
quebrado há mais de seis meses (verdade); ausência de condições de trabalho
(verdade); impossibilidade de realizar um simples hemograma (verdade). Foram
inúmeras solicitações da ortopedia/traumatologia para que o gestor proporcione
melhores condições de trabalho.
É inaceitável e irresponsável o atraso ou a falta de
pagamento de tantas cirurgias realizadas com zelo e responsabilidade (desde
setembro de 2015 que a PMM não paga os nossos honorários).
É inaceitável a maratona de suplicação dos pacientes à
procura de uma cirurgia (artigo 196 da CF). É desrespeitoso, é desumano, o descaso
do gestor com a saúde de Mossoró.
Diante do exposto, protestamos contra a forma inadequada,
ultrapassada e desrespeitosa dispensada a esta especialidade tão importante. As
cirurgias eletivas estão paralisadas por tempo indeterminado. Pacientes com
traumas devem se dirigir à Secretaria Municipal de Saúde.
Não há como suportar tamanho descaso. A população de
Mossoró sem educação, sem segurança (70 homicídios em 2016) e sem saúde (todas
as verbas do grande Carnaval de Mossoró foram transferidos para a Saúde) exige
o mínimo de respeito.
Estaremos sempre abertos ao diálogo, desde que sejam
deletadas as promessas frajutas, e as propostas vazias, inconsistentes e sem compromissos
legalmente firmados.
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