*Tribuna do Norte - Andrielle Mendes - Repórter de economia
Gestores potiguares estão dormindo em cima de uma verdadeira mina de ‘ouro’ sem saber. Segundo o geólogo Otacílio Carvalho, Professor de Prospecção Mineral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), existem atualmente 2.449 requerimentos de pesquisa em áreas para garimpo no Rio Grande do Norte, feitos junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Segundo ele, 156 dos 167 municípios potiguares possuem requerimentos para pesquisa ou lavra de algum recurso mineral, o que abre perspectivas de a mineração se transformar num dos carros chefes da economia potiguar.
Só em 2010, o número de requerimentos de pesquisa e lavra para garimpos no RN bateu o recorde da década. Foram 772 pedidos contra 308 em 2009. Para auxiliar os gestores e mostrar em que terreno estão pisando, a turma de Prospecção Mineral do IFRN analisou os requerimentos feitos ao DNPM e elaborou um ranking com os 20 municípios com maior potencial mineral no estado. Mossoró lidera o ranking, segundo o estudo, que também indica o número de pedidos feitos e os recursos a serem explorados. No caso de Mossoró, são 192 requerimentos para exploração de calcário, argila, água mineral, fosfato, petróleo e gás natural.
O estudo não revela o perfil do requerente, que vai desde o produtor rural que descobriu uma jazida na sua fazenda até uma grande empresa nacional que deseja explorar calcário e produzir cimento. O levantamento será encaminhado, em breve, para os gestores dos 20 municípios.
Embora o semiárido potiguar ocupe posição de destaque na Mineração, Otacílio garante que os recursos estão espalhados por todo o estado. “Alguns gestores estão dormindo sobre minas de ouro. E não só de ouro. Mas em cima de outros minerais tão valiosos quanto, como schelita, areia, calcário”. A expectativa, segundo o professor, é que a procura por estes recursos aumente de forma significativa nos próximos anos devido ao mercado imobiliário cada vez mais aquecido. Segundo o especialista, 90% de um imóvel é construído com recursos naturais, como areia, calcário, brita.
O RN possui 20 mil km quadrados de calcário, um dos recursos usados na produção de cimento. As jazidas tem profundidade de até 400 metros. Condições que têm despertado atenção de vários investidores. De acordo com Otacílio, graças a abundância de jazidas, o RN é o melhor estado para produzir cimento do Brasil e do mundo. O RN também tem condições de abrigar um pólo de cerâmica fina dada a quantidade de argila encontrada no seu solo. “Esta atividade pode gerar um ganho extraordinário para o estado. É preciso que os gestores saibam aproveitar bem este momento”. Segundo ele, tem produtor rural plantando e criando gado sobre verdadeiras minas. “Um estado pobre como o nosso deve aproveitar todas as possibilidades”, enfatiza.
Atividade gera mais de R$ 40 milhões só no Semiárido
Segundo o estudo Mineração no Semiárido Brasileiro, divulgado pelo DNPM em 2009, a produção mineral na região semiárida potiguar gerou R$ 40,8 milhões em 2007, representando 74% de todo valor gerado pela atividade no estado. No RN, o valor gerado pela atividade saltou de R$ 24,4 milhões, em 2005, para R$54,7 milhões, em 2007. No semiárido potiguar, saltou de R$17,4 milhões, em 2005, para R$40,7 milhões, em 2007, representando um crescimento de 130% em três anos. O levantamento não levou em consideração a produção de sal marinho, que elevaria ainda mais o valor, caso contabilizada.
Os municípios mais produtivos, responsáveis por 88% do valor gerado no semiárido potiguar em 2007, foram Jucurutu, Mossoró, Currais Novos, Macaíba, Bodó e Parelhas. Seis recursos minerais - ferro, calcário, rochas ornamentais, rochas britadas, schelita e água mineral concentraram, na época da coleta de dados, 86% do valor gerado no RN.
Em 2007, o setor empregava 1.294 trabalhadores nas atividades de lavra e beneficiamento, acréscimo de 27% em relação a 2005, quando empregava 1.019. Sete municípios ocupavam cerca de 80% do pessoal empregado nas atividades de mineração em 2007. O estudo ainda não foi atualizado.
As pesquisas nas áreas de garimpo podem durar de um a 12 anos, dependendo do recurso procurado, característica do terreno, quantidade de minério. Tudo começa com o requerimento. O interessado procura o DNPM e apresenta um projeto, demonstrando interesse em pesquisar a área. Depois da pesquisa, apresenta um relatório.
NOTA DO BLOG - A matéria mostra como nossos gestores em sua maioria são tapados, pois têm verdadeiras minas de ouro, schelita, calcário e etc., mas se preocupam somente com o FPM. A jornalista Andrielle Mendes mostra sobre Mossoró o que o Eng. Suíço Ulrich Graff já dizia no século 19... Infelizmente não temos a competência de elegermos gestores empreendedores. Sei que isto não é privilégio nosso, pois ontem no Bom Dia Brasil/Rede Globo, vi a vergonha nacional com relação aos metrôs. Ainda na TN, o RN é o melhor estado do Brasil para produção de cimento. Portanto, viva Mossoró. Acorda Mossoró!
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