segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cerca de 50 mil imóveis estão sem combate à dengue em Mossoró

A recente convocação de 34 agentes de endemias pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) não resolve a carência desses profissionais nem fortalece o combate à dengue em Mossoró. É que a quantidade continuará insuficiente para cobertura da cidade, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN).

É que a Lei Municipal 922/06 determina 170 agentes de endemias em campo em Mossoró, mas o trabalho só é feito por 51 profissionais, o que corresponde a 30% do previsto em lei. A convocação dos concursados elevará para 85 agentes, 50% da lei, ou seja, metade do necessário para eficiente combate à dengue em Mossoró.

Com isso, 59 áreas continuam descobertas em Mossoró, cada uma com entre 800 e mil imóveis. Ou seja, cerca de 50 mil imóveis estão sem receber visitas dos agentes, tornando-se candidatos a criadouros do mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti, e aumentando o risco de expansão da doença em Mossoró.

O coordenador da regional de Mossoró do Sindsaúde, João Morais Pereira, alerta que o combate à dengue é feito de forma ineficiente não pela falta de empenho dos agentes, mas pela insuficiência de profissionais. "Mossoró deveria ter, no mínimo, 130 agentes, mas só terá 85, com os convocados", adverte o sindicalista.

Segundo ele, a convocação dos 34 agentes pouco acrescentará, porque a Prefeitura exonera, simultaneamente, outros 34 que serviam através de contrato provisório de trabalho. "Ou seja, a situação continuará a mesma", lamenta Morais, estimando que os novos agentes deverão começar a trabalhar no dia 15 de novembro.

O sindicalista alerta ainda que a sobrecarga de trabalho tem exigido esforço considerável dos agentes de endemias, que estão trabalhando na forma de arrastão na tentativa de não deixar a população desprotegida. "Mas os próprios trabalhadores reconhecem que a quantidade de agentes é insuficiente", revela.
João Morais lamenta ainda que a convocação de outros agentes só tenha ocorrido após denúncias e pressões do sindicato, que, além da insuficiência de profissionais, trabalha contra a desvalorização da categoria, já que baixos salários desmotivam os servidores. O sindicato reivindica reajuste em gratificações.

População deve ajudar na luta contra doença

Com a insuficiência de agentes de endemias e a proximidade do período chuvoso em Mossoró, torna-se ainda mais importante a participação na comunidade no combate à dengue, cuja ferramenta mais eficiente continua sendo a prevenção. O Departamento de Vigilância à Saúde recomenda medidas simples para evitar focos.

É o caso de não deixar água parada em pneus fora de uso. O ideal é fazer furos nos pneus, para evitar o acúmulo de água. Também não se deve deixar água acumulada sobre a laje da residência nem nas calhas, que onde deve se remover folhas, galhos ou qualquer material que impeça a circulação da água.

Outro cuidado importante é com a vasilha embaixo dos vasos de plantas, que não podem ter água parada e que têm que ficar secas ou cobertas com areia. As caixas de água devem ser limpas constantemente e mantidas sempre fechadas e bem vedadas, como também qualquer outro tipo de reservatório de água.

Vasilhas que servem para animais não devem ficar mais do que um dia com a água sem trocar. Garrafas, latas ou copos devem ser armazenados em locais cobertos e sempre de cabeça para baixo. Se não forem usados, devem ser embrulhados em sacos e descartados no lixo (fechado), entre outras medidas para se evitar acúmulo de água.

*Retirado do Jornal O Mossoroense

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