quarta-feira, 8 de maio de 2013

Burocracia impede início de funcionamento do Hospital do Câncer



A estrutura do Hospital da Solidariedade, localizado no bairro Abolição III, para tratar pacientes com câncer está pronta, mas ainda não pode funcionar através do convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). O entrave encontra-se na questão burocrática, já que o hospital necessita de algumas autorizações para funcionar.

Em nível de Estado essas autorizações devem ser emitidas por três vias: Conselho Municipal de Saúde, Comissão dos Intergestores Regionais (Colegiado que reúne os secretários dos municípios da II Ursap) e Comissão Intergestora Bipartite (colegiado entre os secretários municipais e o secretário estadual).

De acordo com o médico Cure de Medeiros, responsável pelo Hospital da Solidariedade, ontem o Conselho Municipal de Saúde, através do seu presidente, Gilberto Fernandes, deu a autorização para o funcionamento do Hospital. Agora estão pendentes as outras duas autorizações. “Além dos pacientes estarem precisando dos serviços, aquelas pessoas que presenciaram tantas doações e campanhas estão nos cobrando os serviços”, disse.


Há ainda uma quarta autorização, que é a da Comissão Nacional de Energia Nuclear, mas essa depende das demais. “Nós vamos fazer aqui em Mossoró pelo SUS, coisas que só se fazem em Recife e particular, por isso estamos pedindo a essas comissões que antecipem as autorizações”, acrescentou o médico.

Cure de Medeiros esteve na semana passada em Brasília, em reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para tratar do funcionamento dos equipamentos, reunião essa onde também estiveram presentes a governadora Rosalba Ciarlini, a prefeita Cláudia Regina e a secretária municipal de Saúde, Jaqueline Amaral.

Mas além da necessidade das autorizações, os serviços da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC) também precisa do restante do dinheiro que foi doado pelo Governo. Cure de Medeiros explicou que a doação foi de dois milhões e seiscentos mil reais, sendo que apenas dois milhões duzentos e trinta aproximadamente chegaram à Liga, valor esse que foi utilizado para a compra do acelerador linear. “O restante do valor precisamos para a compra de um gerador de energia para o hospital”, continuou.

Há ainda o pagamento de um convênio com a Prefeitura, ainda de 2012 que não foi pago. O convênio é no valor de R$ 125 mil. “O valor desse convênio seria para a preparação das salas para receber os aparelhos, então como não podíamos esperar, fizemos um empréstimo de R$ 300 mil para o serviço e o resultado é que a Liga se endividou”, disse Cure de Medeiros.

Atualmente a despesa para manter os equipamentos ligados e a equipe de trabalho no Hospital é de R$ 60 mil. “Fazemos um apelo para a compreensão dos gestores das comissões para que possam acelerar o processo”, concluiu Cure de Medeiros.

*Jornal Gazeta do Oeste

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