terça-feira, 8 de novembro de 2011

Brincar com a saúde é brincar com a vida

A todos pedimos providências.
Que alguém me explique...

As linhas que se seguem apresentam uma série de questões e uma realidade que necessita ser refletida. O texto nada mais é do que um pedido de respostas e que, essas respostas se materializem em ações necessárias para o funcionamento eficiente deste município.
Que estas reflexões se estendam para todas as ações políticas que tem como meta o bem comum.
É endereçado para aqueles que têm responsabilidade partilhada com a situação ora apresentada. Se necessário for encaminhem este texto (na íntegra e sem alterações) para quem achar pertinente.

E assim começa a história...

No Site da Prefeitura Municipal de Mossoró são apresentadas algumas informações "positivas" relativas ao município, das quais merecem destaque:
    
Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal - 7ª melhor cidade do norte e nordeste
Mossoró: metrópole brasileira do futuro (Revista Veja Edição 2180, p. 110)
As 100 melhores cidades para fazer carreira - Mossoró 11ª (Revista Você SA)
Fundação Abrinq - Prefeito Amigo da Criança
Bicampeã - Município aprovado UNICEF
(Disponível em http://www.prefeiturademossoro.com.br/ Acesso 08 de outubro de 2011)

O quadro desenhado retrata uma realidade que deve ser comemorada, mantida e até melhorada. Sabe-se também que o município destaca-se em outros aspectos, o que é muito positivo, contudo não se deve negar que a realidade ai posta, não deve ser, no mínimo refletida. Se, se quer continuar perspectivando uma vivência melhor para todos os munícipes, enquanto cidadãos devemos atuar conscientemente e ativamente "ajudando" aqueles que são os nossos representantes a governar. Função a nosso ver que deveria ser uma constante em toda organização social.

O outro lado merece ser visto...

Algumas reportagens apresentadas na  mídia de Mossoró, àqueles mais atentos, se torna algo preocupante, pois retrata uma realidade que, no imaginário, parece estar longe de nós. Na verdade nos espreita, andando lado a lado, como um "inimigo invisível" pronto para nos atacar. Parece que desconhecemos os perigos da dengue ou do "calazar", como se fossemos imunes a estas doenças. Ledo engano.

E essa realidade que agora exponho:

Segundo matéria publicada no Jornal O mossoroense o número de agentes de endemias é insuficiente para combater a dengue e que este ano a cidade já registra
 1.415 casos confirmados.

O trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti na cidade estaria muito abaixo dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que preconiza uma média de um agente para cada grupo de 800 a 1.000 imóveis.
 “Estamos vivendo num barril de pólvora. Basta uma pequena chuva para explodir o quadro de dengue na cidade, com resultados desastrosos para a população". (Funcionário da Gerência de Saúde do município.

A Diretora do departamento de Vigilância à Saúde de Mossoró, Alanny Medeiros, falando capacidade de atendimento deste órgão afirma que:
"É uma quantidade insuficiente para a demanda da cidade, que cresceu muito nos últimos anos, e hoje temos que visitar aproximadamente 100 imóveis", explica.
 (http://www.omossoroense.com.br/cotidiano/6410-numero-de-agentes-de-endemias-e-insuficiente-para-combater-a-dengue- Quinta-feira, 25 de agosto de 2011 às 00:00)
A necessidade de uma atuação mais consistente da prefeitura deste município deve-se ao número significativo de casos de calazar e raiva, o que exige uma ação de intervenção imediata das autoridades competentes, expressos a nosso ver nos poderes executivo, legislativo e judiciário.
"O calazar é uma doença fatal para os cães. Em humanos, se não tratada, pode levar à morte em até 90 % dos casos." (http://www.prefeiturademossoro.com.br/noticias.php?codigo=MTY1OQ==)
A necessidade de uma atuação profilática também pode ser apontada na raiva, que é “uma doença letal em cerca de 100% dos casos que os sintomas se manifestam.”
(http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23166)
Embora Benjamin Bento,  tenha afirmado que tem havido uma redução do número de casos de calazar em Mossoró, quando pontua que “Esse ano estamos com 15 casos de calazar em humanos e dois óbitos. No ano passado foram mais de 30 casos confirmados em humanos e mais de 300 em cães. Estamos reduzindo, mas a situação ainda é grave”.
(http://www.prefeiturademossoro.com.br/noticias.php?codigo=MTY1OQ==) A gravidade por ele apontada, ratifica minha preocupação. Contudo, sobre a redução, não entendemos da mesma forma, pois se em meados deste ano tem-se 15 casos já registrados, equivale a cerca do “mesmo percentual” do ano passado. Há também outro agravante, o registro de dois óbitos este ano motivados pela doença.

Cabe destacar também os discursos apresentados que indicam ações imediatas, mas que não se refletem em objetivações práticas.
 “A prefeita Fafá Rosado homologou semana passada (20/05), tendo sido publicado no Jornal Oficial do Município (JOM) , o concurso público no 002/2010, para as áreas da saúde e da gestão ambiental.
Sendo assim, o próximo passo será a convocação dos aprovados, que segundo informações do secretário da administração do município, Manoel Bizerra, deverá acontecer até a próxima sexta-feira. 'Nós estamos felizes porque tudo está dentro do cronograma esperado pelo município, e com essa homologação, agora nós estamos nos reunindo com os responsáveis pelas pastas da cidadania, saúde e gestão ambiental, para vermos algumas questões administrativas e iniciarmos a convocação, que deverá acontecer até no máximo sexta-feira', disse o secretário.
De acordo com Manoel Bizerra, os candidatos habilitados serão nomeados a critério da administração municipal, conforme o número de vagas existentes e seguindo rigorosamente a ordem de classificação final, respeitando-se o percentual de 5% (cinco por cento) das vagas existentes para os candidatos portadores de necessidades especiais".
(http://www.correiodatarde.com.br/editorias/correio_mossoro-62894, Publicado no Dia 23/05/2011 Jornal correio da tarde, grifo nosso)
Com a demissão de 34 agentes de endemias, com contratos encerrados, houve a convocação de igual número de agentes concursados, mas não ocorreu acréscimo no quadro de agentes para a normalização das ações de campo em nossa cidade, permanecendo assim com igual número de agente de endemias, desde 2008.

Precisando de respostas...

Dados esse contexto, enquanto cidadão, com preocupações individuais, mas estendidas a todos aqueles que, ainda, não percebem esta realidade, é necessário termos respostas. O plural aqui é intencional, pois aquilo que era individual se torna coletivo. E na coletividade que existimos... Eu, você(s) que está(ão) e os gestores devemos pensar e buscar um bem único - o bem da coletividade.

De tudo isso, fazemos os seguintes questionamentos e pedimos respostas.

Quanto foi realizado o concurso para 60 vagas não foi em virtude de uma carência? A carência deixou de existir? Os dados que ora apontei permitem refutar ou ratificar essa necessidade? Por que tanta demora para convocar aprovados num concurso realizado em 2010 se havia carência? Há motivos "políticos" e se há, eles são mais incisivos do que as necessidades? Dada a realidade apresentada não seria um risco esperar tanto? É preciso tanta análise para fazer o óbvio? Caso uma epidemia ocorra, quem será o responsável? 34 são suficientes se a carência era 60? ou melhor: 60 são suficientes? convocar 34 e não 60 seria motivado porque? Seria para amenizar o quadro e acalmar os ânimos? As despesas para pagamento do pessoal não são despesas federais? Quais gastos vão ser orçados para prefeitura? Se praticamente inexistem gastos para Prefeitura, que falta para convocação desses 60 e de mais aprovados no concurso ora apontado?

Como cidadão  prefiro acreditar que há pessoas que vislumbram tornar nossa sociedade melhor, mas para tanto é necessário um querer fazer que leva a um enfrentamento de um conjuntura política historicamente constituída no Brasil. Recusar a busca a melhoria social e ou se inserir num discurso que afirma não ser possível fazer nada é negar seu papel enquanto "funcionário" do povo e a "serviço" do povo.
"Quem não luta não tem presente e quem não tem presente não tem futuro" Paulo Freire Prefiro acreditar, pois enquanto houver utopia o mundo terá perspectivas de melhoria.

Que sejamos amigos da criança, mas também  de  toda  população...

Cordialmente,
Helder Cavalcante Câmara

"E preferível lançar-se a luta, a perfilar com os que vivem na penumbra. Sem derrotas, mas também sem vitórias." (desconheço a autoria)

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