Cresce em diversas
regiões do mundo a quantidade de pessoas com diabetes. De acordo com relatório
divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada 10 adultos tem
diabetes. Essa realidade não é distinta do que vem acontecendo em Mossoró, onde
cerca de 20 mil pessoas são diabéticas e destas, apenas 5 mil indivíduos sabem
que têm a doença.
Segundo o presidente
da Associação de Assistência aos Diabéticos e Hipertensos de Mossoró (AADHM),
Gledson Antônio Dias, muitas pessoas descobrem que possuem a doença devido a
alguma patologia, como problemas cardíacos ou nos rins, alguns chegando a
situações extremas, como amputação de membros, por desconhecimento da sua
situação.
"Aproximadamente
20 mil pessoas têm diabetes em Mossoró, mas 75% desses indivíduos não sabem que
têm a doença, descobrindo-a apenas em situações extremas, nas quais o controle
torna-se muito difícil. Dentro desse contingente, as mulheres são as mais
afetadas, pois 60% dos casos diagnosticados na cidade são femininos",
disse o presidente.
O grande número de
mulheres diagnosticadas é justificado principalmente pela maior procura da
classe feminina aos consultórios médicos. "As mulheres se cuidam mais, têm
a preocupação de fazer exames rotineiros, com isso a maioria dos casos
diagnosticados atinge principalmente essa classe. Outro fator que ocasiona uma
maior incidência dos casos sobre a mulher é referente à gestação, pois é nessa
fase onde muitas mães adquirem a doença, devido ao aumento repentino de
peso", explicou Gledson.
A associação tem
atuado no município em caráter educativo, ministrando palestras nos presídios e
escolas, sobre o que é a doença, como tratá-la, onde buscar ajuda, entre outras
informações.
"Gostaríamos de
ser mais atuantes na sociedade, no entanto a falta de investimentos tem
restringido bastante as nossas ações. Muitas universidades, bem como médicos,
enfermeiros, nos procuraram para desenvolver projetos, porém a falta de um
espaço impossibilita a concretização dessas iniciativas. Seria muito importante
que a prefeitura ou instituições privadas nos ajudassem nessa empreitada, para
podermos oferecer um melhor serviço à população", destacou o presidente da
associação.
Doença pode ser
controlada com diagnóstico prévio
A diabetes é uma
doença causada pela deficiência na produção de insulina, hormônio produzido
pelo pâncreas e que abastece as células do organismo. A falta desse hormônio
provoca a destruição das células e a diabetes. Entre os sintomas mais
frequentes estão: o aumento da frequência em urinar, sede exagerada, apetite
exagerado, perda de peso, coceiras e doenças na pele, inflamações dos nervos
etc.
Caso não seja
diagnosticada com antecedência, a falta de tratamento pode causar graves danos
ao paciente, como em alguns casos, feridas mal tratadas e a falta de
conhecimento da doença pode provocar a amputação de membros.
Segundo Gledson Dias,
aqueles que são diagnosticados com a doença não têm encontrado muitas
dificuldades em manter o tratamento, pois com a instauração do programa Saúde
Não Tem Preço, realizado pelo Ministério da Saúde, qualquer pessoa com diabetes
que se dirigir à Farmácia Popular e apresentar a receita terá acesso aos
medicamentos.
No entanto, ele
ressalta que medicamentos mais caros, como a insulina glagina e a lantus, são
mais difíceis de adquirir. "Esses tipos de medicamento não são fornecidos pela
rede pública, desta forma os pacientes de baixa renda, que não possuem
condições de comprá-los, pois muitas vezes chega o valor de R$ 1.500, entram na
Justiça para ter seus direitos e saúde garantidos", ressaltou o presidente
da associação.
Segundo levantamento
do Ministério da Saúde, o número de internações por diabetes no Sistema Único
de Saúde (SUS) aumentou em 10% entre 2008 e 2011, passando de 131.734
hospitalizações para 145.869. Entretanto, houve queda na comparação com 2010,
quando foram registradas 148.452 internações.
Em 2009, o Sistema de
Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde notificou 52.104 mortes
por diabetes no país. Em 2010, este número subiu para 54.542. Apesar do
aumento, observa-se uma desaceleração nos últimos três anos. Entre 2005 e 2007,
o percentual de aumento foi de 16% e, entre 2008 e 2010, o número caiu para
7,5%.
*Jornal O Mossoroense
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