MARKSUEL FIGUEREDO
Da Redação de Natal
Mossoró está acima da
média nacional no diagnóstico da tuberculose. De acordo com a Secretaria de
Estado da Saúde Pública (SESAP), por meio do Programa de Controle da
Tuberculose, no ano passado a capital do Oeste registrou 42,6 casos da doença
para cada 100 mil habitantes. A média no país é de 38,2/100 mil habitantes.
Ainda segundo a
Sesap, em 2011 foram notificados 111 casos de tuberculose em Mossoró, dos quais
14 foram reingressos, ou seja, pacientes que já haviam sido vítimas da
bactéria.
O município é o segundo
maior notificante da doença, atrás apenas de Natal, que tem 800 mil habitantes,
que concentrou praticamente metade dos diagnósticos no Estado - 531 casos.
Parnamirim, que tem pouco mais de 200 mil habitantes, ficou com o terceiro
lugar, com 82 notificações, e ao lado de Mossoró e Natal, integra a lista dos
municípios prioritários no país que necessitam de uma supervisão maior por
parte do poder público.
Dos 1.270 casos
notificados no RN, os três concentraram 724 ocorrências da doença.
Esse número acima da
média nacional é explicado pela coordenadora do Programa de Controle da
Tuberculose, Marta Santos. "Mossoró já é uma cidade de grande porte, de
aglomerado urbano e que concentra, de certa forma, algumas periferias, além de
ter uma população prisional que tem risco de adoecer 60 vezes maior que a
população geral, o que facilita a transmissão da doença, pois sabemos que a
tuberculose tem um determinante social", explica.
"Natal e
Parnamirim também são cidades que crescem a cada dia e com elas temos o aumento
desses problemas sociais e do déficit na qualidade de vida", diz Marta
Santos, lembrando ainda que praticamente todas as cidades de grande/médio porte
do Rio Grande do Norte estão acima da média nacional.
Apesar disso, a
coordenadora ainda se preocupa com o número de casos de abandono do tratamento.
Em 2011 foi de 6%, o que é considerado alto. "Pensamos que não, mas esse é
um número ainda elevado para Mossoró", diz.
Na capital do Oeste,
o único local para tratamento de tuberculose é o Hospital Rafael Fernandes, que
está com capacidade de internamento reduzido para reforma, orçada em R$ 909
mil. Pacientes estão sendo tratados em salas isoladas no Hospital Regional
Tarcísio Maia (HRTM). Em Natal, o hospital para tratamento de tuberculose, que
é classificada como doença infecto-contagiosa, é o Giselda Trigueiro.
E seguir o tratamento
até o fim, apesar das dificuldades, é a melhor forma para garantir a cura.
Segundo o levantamento da Sesap, 68% dos pacientes que realizaram o tratamento
se recuperaram da doença. Dos 111 casos notificados, 2,2% tiveram óbito por
tuberculose e 5,5% faleceram por outras causas. O número de mortes preocupa as
autoridades de saúde.
Mapeamento da doença
é feito por região
O mapeamento
realizado pelo Programa de Controle da Tuberculose em Mossoró se estende por
todo o Estado e está dividido em seis regionais. A primeira delas tem sede em
São José do Mipibu e concentra 27 municípios com notificações de 86 casos.
A regional de
Mossoró, que concentra algumas cidades do Alto Oeste, registrou 192 casos,
sendo 111 só na população mossoroense. A terceira regional tem sede em João
Câmara e atende alguns municípios da região Agreste, que diagnosticaram 45
casos da doença em 2011.
Na região Central, o
controle é feito a partir de Caicó, que notificou 48 casos entre os municípios.
A quinta regional também está localizada na região Agreste, com sede em Santa
Cruz e 38 casos registrados.
A sexta tem sede em Pau dos
Ferros, com 37 municípios do Alto Oeste e a menor incidência da tuberculose; apenas
18 casos. Em contrapartida, a região metropolitana a apresentar a maior taxa de
notificações, com 843 casos.
*Jornal De Fato
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