Há alguns meses não é
só a população mossoroense que vem sofrendo com o problema de abastecimento de
água, o ramo da construção civil tem sido afetado diretamente pela falta de
água. Segundo as empresas de construção do município, para não haver
paralisação das obras estão sendo contratados carros-pipas para manter o
abastecimento regular do líquido precioso.
O gerente
administrativo de uma empresa de construção, Marcos Henrique, disse que o
problema de abastecimento de água têm atrapalhado o andamento das obras.
"Há algum tempo estamos sentindo os efeitos da falta de água,
principalmente no final de junho e início de julho, quando o abastecimento foi
comprometido devido a problemas mecânicos nos poços".
Ele complementa
dizendo que uma das formas encontradas para contornar a situação foi a
contratação de carros-pipas. "Ainda é início do mês e já gastamos R$ 256
com a compra de água. Nossos gastos têm sido dobrados, pois pagamos a Companhia
de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) e ainda temos que contratar
fontes alternativas de água. No momento não estamos racionalizando o líquido e
não suspendemos nossas atividades, no entanto, se a situação se tornar mais
grave teremos que buscar novas alternativas para solucionar o problema",
declara.
Nos serviços de
construção civil, embora a água não seja vista e nem tratada como material de
construção, o consumo é bastante elevado. Por exemplo, para a confecção de um
metro cúbico de concreto gasta-se em média de 160 a 200 litros e na compactação
de um metro cúbico de aterro podem ser consumidos até 300 litros de água.
O pedreiro Antônio
Edson também relatou que está tendo dificuldades para realizar seu trabalho
devido à insuficiência do fornecimento de água na região. "Há dias em que
a gente não pode trabalhar porque está faltando água para podermos preparar o
cimento e a argamassa. Muitas vezes temos que esperar o reservatório de água
encher para começar o serviço, o que acaba atrasando a construção. Ainda não
perdi oportunidades de trabalho, pois os contratantes providenciam a compra da
água".
Pesquisadores no ramo
da engenharia civil alertam que para evitar os problemas decorrentes da
escassez de água é importante que as empresas comecem a pensar em formas
alternativas de se obter o líquido, tais como captar a água proveniente da
chuva ou realizar a dessalinização da água oriunda do mar.
De acordo com
pesquisadores, a economia de água nos canteiros deve estar fundamentada na
sustentabilidade, entretanto os fatores econômicos ajudam a impulsionar esta
necessidade, já que o crescimento da construção civil tem elevado a demanda de
água. Com a baixa oferta do insumo, o custo da água tende a aumentar cada vez
mais, elevando ainda mais o custo total do empreendimento.
Caern toma medidas
para regularizar fornecimento de água
Há aproximadamente um
mês diversas regiões de Mossoró vêm sofrendo com a falta de água, entre eles
estão os conjuntos habitacionais Vingt Rosado, Abolição III e IV, e os bairros
Costa e Silva, Belo Horizonte entre outros. O gerente da Caern, Neilton
Barreto, informou que algumas medidas estão sendo tomadas com o objetivo de
regularizar a situação do abastecimento de água no município.
"Existe um
projeto em andamento para solucionar o problema de água no município. Este é
dividido em duas etapas. A primeira delas ocorre com a substituição da rede de
fornecimento de água, isto é, mudança da encanação. E a segunda consiste em
trazer água da adutora de Apodi para Mossoró. Após a aprovação da Caixa
Econômica, daremos início ao processo de licitação para escolha da empresa
responsável pelo serviço. A previsão de conclusão do projeto é de 18
meses".
Ele ainda explicou
que no momento para tentar manter o abastecimento de água na região sob
controle, a Caern tem trabalhado para adquirir novos equipamentos para serem
instalados nos poços. Outra medida tomada pela Caern para regularizar a
situação de água no município é a construção de três reservatórios elevados, ou
seja, caixas de água para fornecer o líquido para toda a cidade.
"Demos entrada
em um processo emergencial para consertar os poços, para isso estamos
providenciando a compra de equipamentos novos. A dificuldade encontrada para
adquirir os aparelhos é apenas burocrática, mas daqui a 2 ou 4 meses, esta
situação já estará regularizada", disse.
*Jornal O Mossoroense
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