As queixas sobre a
falta de água em determinados bairros já tornaram-se rotineiras na cidade. No
entanto, nos últimos dias, a reclamação tem sido generalizada. E não é para
menos. A recente interrupção do abastecimento afetou moradores dos conjuntos
Vingt Rosado, Costa e Silva, Abolição IV e Abolição III, Santa Delmira,
Integração, Monsenhor Américo Simonetti, Walfredo Gurgel e Parque
Universitário; e os bairros Alto do Xerém, Belo Horizonte e Alto de São Manoel.
Conforme o gerente da
Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) de Mossoró, Neilton
Barreto, quatro equipamentos de poços da empresa quebraram simultaneamente. O
incidente comprometeu o abastecimento em 50% da cidade, ou seja, mais de 130
mil pessoas em Mossoró estão sofrendo com a falta de água.
Neilton Barreto
informa que os poços responsáveis pelo abastecimento desses bairros pararam
devido a problemas mecânicos. "No Abolição IV, a adutora está abastecendo
a região, porém está funcionando em regime de racionalização, desta forma em
vez de faltar água, deve estar chegando ao conjunto com a pressão menor do que
a usual".
O gerente explica que
quando um poço quebra, a Companhia utiliza a água da adutora Jerônimo Rosado
para amenizar o problema da falta d'água na respectiva localidade enquanto a
situação não é resolvida. Porém, desta vez foram quatro poços quebrados ao
mesmo tempo, e a medida paliativa do abastecimento com a água da adutora não
está sendo suficiente para suprir a demanda atingida pela situação.
"Esse foi um
caso excepcional. Nunca quatro equipamentos deram defeitos ao mesmo tempo.
Estamos fazendo o possível para resolver a situação o mais rápido
possível", diz Barreto. O gerente da Companhia informa que ontem, 2, dois
dos quatro poços tubulares que estavam sem produzir água foram reativados. Os
técnicos continuam trabalhando para reativar os demais poços, e a previsão é
que até o final da próxima semana a distribuição de água estará totalmente
normalizada.
Enquanto aguardam a
resolução do problema, os moradores se queixam dos transtornos causados pela
falta de abastecimento. De acordo com Elisandra Maria, moradora do Abolição IV,
há dias está faltando água na região. "Minha casa tem um tanque e uma
caixa d'água de grandes dimensões. No entanto, os dois recipientes já estão
vazios. A gente tem dificuldade até para realizar atividades rotineiras, como
lavar roupa e louças. Estamos lavando apenas o necessário, para podermos
economizar", afirmou Elisandra.
O mesmo problema vem
passando os moradores do Costa e Silva, como esclareceu a estudante Natália
Lima. "O problema de água aqui, no Costa e Silva, já está durando
aproximadamente 21 dias, gerando diversos transtornos, principalmente nas
atividades domésticas. A situação fica mais complicada porque moro em um residencial,
no qual não dá para ter acesso a carro-pipa, ou seja, se a situação piorar, não
tenho essa alternativa para remediar o problema", diz.
No bairro Belo
Horizonte a situação vivenciada pelos moradores não é diferente. A dona de casa
Luzia Lima conta que desde a última quinta-feira, 28, a água não chega às
torneiras. "O problema de falta d'água é constante, principalmente depois
das obras de saneamento. Aqui, em casa, não temos água para nada. O
reservatório que temos já secou. Se não retornar o abastecimento, não sei como
vai ser a situação daqui para frente", desabafa a moradora.
*Jornal O Mossoroense
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