Por volta das 17h20
da tarde de ontem foi sepultado Raimundo Soares de Brito, o conhecido e
dedicado historiador Raibrito. Parentes, amigos próximos, admiradores e algumas
autoridades locais estiveram presentes no sepultamento do escritor.
O corpo de Raibrito
foi colocado no mesmo túmulo de Dinorá, sua falecida esposa, que se encontra no
Cemitério Novo Tempo. O vice-reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte (UERN), Aécio Cândido, foi um dos que permaneceu no sepultamento até o
fim. Ele afirma que com a partida de Raibrito o Estado perdeu um grande homem.
Para o vice-reitor da
Uern, Raimundo Soares de Brito foi um intelectual diferente dos outros, pois
não se dedicava à literatura de ficção e sim a pesquisar a história. "Ele
foi um grande historiador, gostava mais do registro escrito do que do oral.
Além do mais ele foi um autodidata. Era um grande homem", destaca.
Cerca de 60 pessoas
permaneceram até o momento final do sepultamento. Já durante parte da
quarta-feira, durante o velório, amigos, familiares e admiradores prestaram
homenagens ao pesquisador e escritor que faleceu na terça-feira, 20, em Natal,
aos 92 anos. O velório aconteceu durante toda a manhã e parte da tarde no Salão
Marieta Lima, Biblioteca Ney Pontes Duarte.
Raibrito, nos últimos
meses, estava internado em um hospital, em Natal. "Deus tirou em uma hora
muito certa. Ele já estava sofrendo bastante, debilitado e ia sofrer ainda mais
com as dores, não só ele, mas a família também. O mais difícil não é hoje. O
mais difícil será amanhã quando a gente não ver mais o corpo", lamentou o
sobrinho do pesquisador, Marcos Oliveira que acompanhou de perto os últimos
dias do tio.
A sobrinha do
escritor, Jéssika Holanda, postou uma mensagem emocionada em sua página no
Facebook. "Lamento não apenas seu falecimento, mas também o fato da quase
inexistente convivência que tivemos. Tenho pouquíssimas lembranças suas, em
todas elas se fazem presentes os livros, sua grande paixão e legado. Descanse
em paz, tio Raimundo!", concluiu.
A Academia
Mossoroense de Letras (AMOL) lamentou o falecimento "de um dos seus mais
ilustres membros", ocupante da cadeira de número 4 e um dos
sociofundadores da instituição. "Sinto-me emocionado em falar de Raibrito,
um amigo de longas datas - há mais de 50 anos. Mossoró perde um grande homem,
um intelectual excepcional, um historiador notório, com uma inteligência fora
do comum. Vai ser muito difícil preencher essa lacuna que ele deixa na história
de Mossoró e do Estado", descreveu Elder Heronildes da Silva, presidente
da Amol.
O professor e
escritor Wilson Bezerra de Moura disse que iniciou os estudos e pesquisas sobre
Mossoró a partir do trabalho de Raibrito. "Através do seu grande acervo
bibliográfico e fotográfico, prestou grandes serviços como profissional e
intelectual. Suas obras foram muito úteis à sociedade mossoroense e a
convivência que nós tivemos vai ficar na memória para sempre", ressaltou.
O poeta Caio César
Muniz destaca que todo profissional da cidade da área de pesquisa e literatura
passou pelo crivo de Raibrito. "É a partida do último remanescente de uma
geração de grandes memorialistas. Fica agora a preocupação com a perpetuação da
história com o vazio que fica na área da pesquisa e a responsabilidade do que
estão na área ou ainda começando, de manter viva a história", comentou.
*Jornal Gazeta do Oeste
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Nota do Blog:
Ausente a alguns dias da cidade. Tomei
conhecimento do falecimento de Raibrito. A família, envio meus votos de pesar.
Obrigado, vereador Genivan. Sua atitude em reproduzir aqui este texto representa a consideração pelo meu velho. Empenho-me em possibilitar a recuperação de seu acervo para que seu trabalho não seja posto em esquecimento.
ResponderExcluirMarcos