Os jornais, locais e
nacionais, começam a relatar os problemas causados pela falta de chuvas no
Nordeste: gado faminto, famílias sem água para as necessidades básicas, alta de
preços, entre outros.
A seca no Nordeste,
diferentemente de um tsunami ou de um furacão, é um evento totalmente
previsível. É inconcebível, com os recursos tecnológicos atuais, ainda
dependermos da boa vontade de São Pedro.
Em 2.500 a.C os
mesopotâmios já usavam recursos como a irrigação e os pesticidas para driblar
as oscilações da natureza. Mais de 4.600 anos depois, nós ainda ficamos olhando
pra o céu esperando que caia uma chuva para plantar feijão e milho.
Os governos, em todas
as esferas, já deviam, de há muito, terem criado meios de convivência com a
seca. A perfuração de um poço aqui, outro acolá, não resolve a questão. É
necessário o investimento em tecnologia e logística.
SÃO FRANCISCO –
Uma das soluções é a transposição das águas do São Francisco para as bacias do
Nordeste setentrional. O projeto, idealizado há mais de um século, foi tirado
do papel em 2007, no governo Lula, mas caminha a passos de cágado.
Inicialmente, previu gastos de R$ 4,8 bilhões e entrega em 2010. Agora, prevê
gastos de R$ 8,2 bilhões e entrega para 2015. O projeto foi dividido em
dezesseis lotes, os quais somam 622 quilômetros de canais. Várias questões
burocráticas e judiciais atravancam o projeto.
Com ou sem a
transposição das águas do São Francisco, os governantes precisam investir
maciçamente em projetos de convivência com a seca. Espero alcançar o dia em que
o preço do feijão verde seja o mesmo durante todo o ano.
OBS. A farinha de
mandioca está custando R$ 7,00 o quilograma. Colocam a culpa na falta de
chuvas. Isso jamais deveria ocorrer em pleno século XXI.
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