O número de desempregos no setor petrolífero em Mossoró já passou de mil em um ano. Várias empresas terceirizadas saíram da cidade. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (SINDIPETRO/RN), a diminuição dos investimentos da Petrobras na região tem causado efeitos negativos na economia.
Por outro lado, a estatal nega, em nota oficial, que esteja diminuindo sua atuação na cidade. “A Petrobras possui interesse em se manter na região e por esse motivo continua investindo em projetos de desenvolvimento de produção e atividades de exploração de petróleo na Bacia Potiguar. Os investimentos realizados nos últimos anos estão voltados para a instalação de projetos de aumento da produção e também para a perfuração de novos poços”.
A falta de um posicionamento mais efetivo da empresa em relação a seus investimentos na região preocupa os setores ligados direta ou indiretamente à exploração do ‘ouro negro’.
“Sinto uma ansiedade muito grande dos empresários, das pessoas, em não ter esse feedback da Petrobras. Ela não se posiciona. Não diz se vai continuar investindo, em que área isso vai acontecer, como serão seus investimentos para os próximos anos. Nós não sabemos de nada disso”, relatou Segundo Paula, titular da Subsecretaria do Trabalho, Turismo, Indústria e Comércio do município.
Redepetro, Prefeitura de Mossoró e outras instituições estão preocupadas com os desempregos e se reunindo semanalmente para tentar reverter o cenário. “Não podemos ficar esperando. Vamos buscar soluções”, acrescentou o subsecretário, informando que a gerência da Petrobras será convidada a participar de uma audiência pública, que ainda não tem data para acontecer.
O membro do comitê gestor da Redepetro, André Henrique, solicita que a estatal esclareça as dúvidas do setor e apresente quais os objetivos e os investimentos programados para os próximos meses.
A Redepetro é uma organização em rede, constituída de 163 instituições fornecedoras de bens e serviços para a cadeia produtiva de petróleo e gás no Rio Grande do Norte. Fazem parte empresas que fornecem mão de obra, alimentação, peças, transporte, segurança, assistência médica, entre outros.
“Como somos uma associação, estamos unindo forças juntamente com outras instituições e setores interessados para superar essa crise, passar por esse momento difícil que, sem dúvida, afeta toda a economia da cidade”, destacou André Henrique.
REFLEXOS – Escolas técnicas que preparam estudantes para atuar no ramo do petróleo estão enfrentando dificuldades em formar novas turmas, pois o interesse das pessoas está diminuindo. A fila de espera para iniciar uma turma chega até um ano.
A hotelaria é outro setor que sente os reflexos negativos de imediato. Alguns estabelecimentos contabilizam redução de 50 a 70% na ocupação dos leitos.
*Jornal Gazeta do Oeste
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