segunda-feira, 29 de abril de 2013

SUS já oferta cirurgia reparadora da mama imediata em Mossoró



A cirurgia plástica reparadora imediata de mama para mulheres mastectomizadas, realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), já é uma realidade em Mossoró e região.

Com um belo sorriso, Grazi foi clicada por Gui Paganini, no Stúdio do Cais, no Rio de Janeiro. Desta vez, a loira vestiu um modelo de camiseta regata, que traz uma aplicação diferenciada do famoso alvo azul.

O procedimento é realizado no Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM), conforme preconiza a Lei nº 12.802, sancionada na última quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff.

O sistema SUS já era obrigado a fazer a cirurgia de reconstrução de mama nos casos de mutilação, mas não necessariamente no mesmo momento da retirada da mama. A lei, sancionada por Dilma, torna obrigatórios os dois procedimentos ao mesmo tempo, o que reduzia custos financeiros para a rede pública de saúde.

Apesar da lei ser nova, esse tipo de procedimento não é novidade nos hospitais credenciados ao SUS. Em 2012, o Centro de Oncologia de Mossoró realizou 67 mastectomias, sendo que em cerca de 10% dos casos (em torno de sete cirurgias) foram realizadas as operações reparadoras, no mesmo ato. Em 2013, foram feitas 29 mastectomias, mas nenhuma cirurgia reparadora simultânea.

O mastologista Dennys Fowler Faheína, do corpo clínico do COHM, ressalta que a reconstrução imediata da mana, sempre existiu no sistema único. A mastectomia e cirurgia de reconstrução imediata são benéficas ao paciente, além das vantagens para o SUS.

“Não significa dizer, porém, que toda paciente que retira a mama pode fazer a reconstrução no mesmo procedimento cirúrgico”, alerta o mastologista.

Segundo Dennys Faheína, a reconstrução imediata ou tardia da mama, dependerá de indicações do especialista, que levará em conta alguns aspectos clínicos da paciente, como por exemplo, o estágio do tumor. Para pacientes em tratamento de radioterapia, com complicações cardiopatas, e portadoras de outras doenças agregadas, a cirurgia reparadora imediata também não é recomendável pelo médico.

Antes da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a plástica da mama poderia ser adiada sucessivas vezes. Agora, considerado o estado físico e clínico da paciente, a reconstrução será efetuada no mesmo ato da retirada da mama. Não sendo possível, a paciente terá acompanhamento e aguardará o momento da reconstrução.

No ano de 2013, o COHM ainda não fez nenhuma cirurgia reparadora, mas algumas mulheres mastectomizadas aguardam autorização do SUS para ser operadas. A paciente Vanise Régia Pereira de Melo, de 41, faz tratamento de câncer desde janeiro passado, e aguarda o momento de retirar a mama doente. O desejo dela é fazer a cirurgia ao mesmo tempo da reconstrução.

Para Vanise Régia, essa lei federal chega numa boa hora. “É muito bom fazer as duas cirurgias ao mesmo tempo, porque elevará a autoestima da mulher. A gente está sendo mutilada. É difícil a doença, é difícil a mutilação. Não é fácil ver uma parte do seu corpo arrancado, e reparação imediata contribuirá para a superação dessa dificuldade toda”, considera Régia.

*Jornal De Fato

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