A cirurgia plástica
reparadora imediata de mama para mulheres mastectomizadas, realizadas pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), já é uma realidade em Mossoró e região.
Com um belo sorriso, Grazi
foi clicada por Gui Paganini, no Stúdio do Cais, no Rio de Janeiro. Desta vez,
a loira vestiu um modelo de camiseta regata, que traz uma aplicação
diferenciada do famoso alvo azul.
O procedimento é realizado
no Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM), conforme preconiza a
Lei nº 12.802, sancionada na última quinta-feira pela presidente Dilma
Rousseff.
O sistema SUS já era
obrigado a fazer a cirurgia de reconstrução de mama nos casos de mutilação, mas
não necessariamente no mesmo momento da retirada da mama. A lei, sancionada por
Dilma, torna obrigatórios os dois procedimentos ao mesmo tempo, o que reduzia
custos financeiros para a rede pública de saúde.
Apesar da lei ser nova,
esse tipo de procedimento não é novidade nos hospitais credenciados ao SUS. Em
2012, o Centro de Oncologia de Mossoró realizou 67 mastectomias, sendo que em
cerca de 10% dos casos (em torno de sete cirurgias) foram realizadas as operações
reparadoras, no mesmo ato. Em 2013, foram feitas 29 mastectomias, mas nenhuma
cirurgia reparadora simultânea.
O mastologista Dennys
Fowler Faheína, do corpo clínico do COHM, ressalta que a reconstrução imediata
da mana, sempre existiu no sistema único. A mastectomia e cirurgia de
reconstrução imediata são benéficas ao paciente, além das vantagens para o SUS.
“Não significa dizer,
porém, que toda paciente que retira a mama pode fazer a reconstrução no mesmo
procedimento cirúrgico”, alerta o mastologista.
Segundo Dennys Faheína, a
reconstrução imediata ou tardia da mama, dependerá de indicações do
especialista, que levará em conta alguns aspectos clínicos da paciente, como
por exemplo, o estágio do tumor. Para pacientes em tratamento de radioterapia,
com complicações cardiopatas, e portadoras de outras doenças agregadas, a
cirurgia reparadora imediata também não é recomendável pelo médico.
Antes da lei sancionada
pela presidente Dilma Rousseff, a plástica da mama poderia ser adiada
sucessivas vezes. Agora, considerado o estado físico e clínico da paciente, a
reconstrução será efetuada no mesmo ato da retirada da mama. Não sendo
possível, a paciente terá acompanhamento e aguardará o momento da reconstrução.
No ano de 2013, o COHM
ainda não fez nenhuma cirurgia reparadora, mas algumas mulheres mastectomizadas
aguardam autorização do SUS para ser operadas. A paciente Vanise Régia Pereira
de Melo, de 41, faz tratamento de câncer desde janeiro passado, e aguarda o
momento de retirar a mama doente. O desejo dela é fazer a cirurgia ao mesmo
tempo da reconstrução.
Para Vanise Régia, essa
lei federal chega numa boa hora. “É muito bom fazer as duas cirurgias ao mesmo
tempo, porque elevará a autoestima da mulher. A gente está sendo mutilada. É
difícil a doença, é difícil a mutilação. Não é fácil ver uma parte do seu corpo
arrancado, e reparação imediata contribuirá para a superação dessa dificuldade
toda”, considera Régia.
*Jornal De Fato
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