A retração de
investimentos da Petrobras em Mossoró e região, acentuada nos últimos meses,
vem gerando uma crise no setor petrolífero que está se expandindo para outras
áreas. Um dos setores mais atingidos é o hoteleiro. Segundo João Sabino,
conselheiro fiscal do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares, a
taxa de ocupação dos hotéis já está caindo.
"Muitos hotéis de
Mossoró são ocupados por funcionários de empresas do setor petrolífero. Com a
saída dessas empresas da cidade, a taxa de ocupação caiu consideravelmente nos
últimos quatro meses. Essa crise do setor do petróleo já vem de uns três anos.
No entanto, as demissões vêm se acentuando do ano passado para cá",
destaca João Sabino.
O conselheiro fiscal do
sindicato explica que, em alguns hotéis, a taxa de ocupação com o setor
petrolífero chegava a 60%. "A taxa média de ocupação fica em torno de 70%.
No mês de março, registramos somente 32%. Isso significa uma queda muito
acentuada. Como é uma cadeia, vários setores estão sendo atingidos. A rede
hoteleira é somente uma das primeiras", esclarece.
"Os hotéis mais
ocupados pelo setor petrolífero ficam na área do grande Alto de São Manoel
porque a maioria dos escritórios dessas empresas fica nessa localidade. No
entanto, até mesmo os hotéis que não costumam receber muitas pessoas desse
setor já estão sentindo os efeitos da crise porque o dinheiro vai deixando de
circular", comenta.
João Sabino ainda afirma
que, em breve, outros setores também devem ser atingidos pela crise. "Os
setores hoteleiro, da construção civil e imobiliário já começam a sentir os
efeitos da retração dos investimentos da Petrobras. Em breve, será o de
serviços e comércio. Como as pessoas estão sendo demitidas, elas continuam
recebendo alguns benefícios. No entanto, nos próximos meses, muitas pessoas já
não poderão mais injetar dinheiro na economia", explica.
O assessor do Sindicato
dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro/RN), Aldeirton Pereira,
destaca que ainda existe muito petróleo a ser explorado pela Petrobras.
"Sabemos que a Petrobras tem preferido investir no pré-sal. Precisamos nos
mobilizar para sensibilizar a sociedade a apoiar a luta pela retomada dos
investimentos", afirma.
*Jornal O Mossoroense
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