terça-feira, 11 de junho de 2013

Aumento da violência altera horário de funcionamento do comércio


Lojistas de Mossoró estão receosos com o aumento da violência. Algumas lojas do centro da cidade já alteraram o seu horário de funcionamento com o temor dos constantes assaltos. No horário de almoço já é comum encontrar alguns estabelecimentos fechados. O comerciante José Dias Filho comenta que precisou fechar suas lojas nesse horário.

"Uma loja minha que fica na avenida Santos Dumont foi assaltada seis vezes nos últimos cinco anos. Estou cansado de ouvir os relatos de assaltos que já são corriqueiros. A gente precisa trabalhar para a família e não para os bandidos. Foi necessário tomar algumas medidas como fechar as lojas no horário das 11h30 às 13h30", diz o comerciante.

Outra medida adotada por José Dias Filho foi a contratação de seguranças armados para as lojas. "Estou pagando R$ 60 por semana para seguranças armados que ficam à paisana nas lojas para qualquer emergência. Estamos precisando pagar a mais para garantir alguma segurança porque o Estado não está cumprindo com as suas obrigações", destaca.

Segundo o comerciante, a maioria dos assaltos é feita por duplas utilizando motocicletas. "Todos os assaltos às lojas foram dessa forma. Não tem um horário certo para os bandidos roubarem. No entanto, decidimos fechar no horário do almoço porque o movimento diminui nesse horário, o que nos deixa mais vulneráveis", afirma.

Preocupados com o aumento da violência no centro da cidade, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) chegou a formar uma comissão para buscar melhorias para a segurança da população. A comissão chegou a se reunir, no mês passado, com os comandantes dos batalhões de polícia da cidade com o objetivo de encontrar uma solução para o problema.

Na ocasião, a comissão expôs a falta de segurança no comércio mossoroense que faz vítimas de assaltos em plena luz do dia. Segundo a CDL, os comerciantes e clientes estão muito expostos e que o horário mais perigoso é por volta do meio-dia. Já dos comandantes dos batalhões, a comissão ficou ciente dos problemas enfrentados pela Polícia Militar.

Mossoró tem déficit de 600 policiais

Segundo o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Alvibá Gomes, quatro viaturas estão atuando no centro da cidade durante o horário comercial. "São duas forças táticas, uma viatura física e o Grupo Tático Operacional (GTO). Em um ano, duas lojas foram assaltadas no centro da cidade", afirma o comandante.

Cel. Alvibá Gomes explica que o maior registro de ocorrências no centro é de furtos a pessoas e pequenos comércios nos arredores do bairro. "As ocorrências estão sendo monitoradas tanto pelas equipes que estão atuando no local, como por câmeras", destaca.


O comandante afirma que o maior problema enfrentado pela Polícia Militar é o efetivo. "Entre os anos de 2009 e 2011, foram transferidos 260 policiais. Desde 2008, estamos com um déficit de 600 policiais. Com essa quantidade, iríamos dobrar o efetivo. Com isso, os postos policiais poderiam ser reabertos e também poderia ser reforçado o policiamento, tanto na zona urbana como na zona rural. A atual estrutura da PM é boa, mas precisamos de mais policiais", esclarece.

*Jornal O Mossoroense

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