A situação do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) se
agrava. As condições de atendimento na unidade hospitalar evidenciam, mais uma
vez, o caos na saúde pública do Estado. De acordo com denúncia do Sindicato dos
Trabalhadores da Saúde do Estado do Rio Grande do Norte (SINDSAÚDE), uma idosa,
Maria Íris Soares, 74, deu entrada no Tarcísio Maia na tarde da quarta-feira,
12, por volta das 16h sofrendo um infarto, conduzida em uma cadeira de
rodas.
No hospital, o médico precisou deitá-la no chão para fazer
o procedimento porque precisava de uma superfície rígida e não havia leitos ou
macas disponíveis. A paciente não resistiu e faleceu. A diretoria da unidade
afirma que a idosa já chegou ao local com quadro de parada cardíaca.
A denúncia foi feita durante mais um protesto realizado
ontem pelo Sindsaúde, em frente ao HRTM. Na ocasião, os servidores fizeram um
boneco e o colocaram deitado no chão, simulando a falta de leitos para atender
os pacientes. Na semana passada um senhor precisou receber uma transfusão de
sangue deitado apenas em um colchonete sobre o chão.
Para denunciar a superlotação nas unidades hospitalares do
Estado, o sindicato criou o Corredômetro (www.corredometrorn.com.br). Os dados
são atualizados todas as segundas-feiras, às 13h. No último levantamento
semanal foi constatado que 138 pacientes no Estado precisaram ficar em macas
por falta de leitos. Destes, 66 ficaram nos corredores, nos hospitais Deoclécio
Marques, Santa Catarina, Walfredo Gurgel e Tarcísio Maia.
João Morais, coordenador regional do Sindsaúde, lembra que
os últimos dias têm sido de caos no Tarcísio Maia e informa que na manhã de
ontem, nove pacientes estavam nos corredores.
O técnico de enfermagem, Audiclécio Alves Maia, diz ainda
que para tirar diminuir o número de pacientes nos corredores, eles estão sendo
levados para a enfermaria até a capacidade máxima do setor e o local está
superlotado o que também dificulta o atendimento. “Não dá condições de atender
adequadamente o paciente. Todos os setores estão lotados”, diz.
João Morais ressalta ainda que a média de pessoas nos
corredores tem ficado entre 20 e 30. Para ele, caso a obra de reforma e
ampliação do Tarcísio Maia tivesse sido concluída, esse problema,
possivelmente, estaria resolvido.
Além dos problemas estruturais, o sindicato denunciou
também a falta de medicamentos como Oxacilina (antibiótico), hidrocortisona
(corticoide), Clindaumicina (antibiótico) e Caverdilon (cardíaco).
O coordenador do sindicato afirma ainda que a direção está
querendo jogar a culpa dos problemas para a greve, mas ressalta que esses
problemas sempre existiram. “Essa mesma deficiência já existia antes da greve”,
afirmou.
De acordo com João Morais, todos os fatos relacionados à
falta de estrutura adequada da unidade estão sendo protocolados. “Nós do
Sindsaúde estamos protocolando todos os últimos fatos sobre o Tarcísio Maia,
vamos denunciar ao Ministério Público e cobrar da Câmara Municipal uma
audiência sobre o Tarcísio Maia”, informa.
“A situação do Tarcísio Maia está tão insuportável, que às
vezes os próprios pacientes quando chegam lá se assustam e pedem para ir para
casa. Isso aí é outra situação que já aconteceu”, complementa o sindicalista.
*Com informações do jornal Gazeta do Oeste
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