A Clínica de Medicina Nuclear de Mossoró suspendeu os
atendimentos através do Sistema Único de Saúde (SUS). Em comunicado publicado
ontem, a direção da instituição afirma que deixaria de realizar os exames
conveniados com o Governo do Estado devido à falta de repasses por parte da
Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap). Ao todo, a dívida cumulada este
ano é de R$ 435 mil.
“Tenho ligado para a Sesap desde janeiro. Temos a obrigação
de oferecer o serviço por causa do convênio, mas o Governo do Estado tem o
dever de pagar pelos serviços. Este ano, não foi feito nenhum repasse por parte
da Sesap. Já são seis meses de atraso, contando de janeiro a junho”, afirma a
administradora da Clínica de Medicina Nuclear de Mossoró, Tamara Teixeira
Jales.
A administradora informa que a produção referente ao mês de
julho foi enviada ontem à Sesap. Ela explica que, em média, são realizados 270
exames de cintilografia na clínica via SUS. Tamara Teixeira conta que, em todo
o Estado, somente Natal e Mossoró disponibilizam o exame via SUS, de modo que a
clínica atende pacientes de todo o RN.
Tamara Teixeira Jales conta que os serviços pelo SUS só serão
retomados após o pagamento dos seis meses de serviços prestados pela Sesap. Já
os atendimentos particulares devem continuar normalmente.
Questionada sobre a previsão de regularização dos vencimentos à Clínica de Medicina Nuclear de Mossoró, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado e de Saúde Pública (Sesap) informou, em nota, que o processo para efeito de pagamento da unidade está na Comissão Permanente de Controle Interno (CCI) para diligência.
A assessoria de comunicação não informou o que os pacientes
que tiverem exames suspensos devem fazer e nem previsão de quando o processo
para liberação do pagamento deve ser finalizado.
Suspensão afeta pacientes cardíacos e de câncer
A administradora da Clínica de Medicina Nuclear de Mossoró
explica que entre os pacientes que fazem exames de cintilografia na unidade
estão aqueles em fase de pré-operatório para cirurgias arriscadas e de urgência
como a de cateterismo. Ela conta ainda que 90% das pessoas que fazem
cintilografia óssea são pacientes do Centro de Oncologia e Hematologia de
Mossoró (COHM).
“Mantemos os serviços funcionando por seis meses, pois
entendemos a importância desses exames. No entanto, são procedimentos de custo
elevado. Não podemos mais continuar sem nenhum pagamento ou previsão por parte
da Sesap”, declara Tamara Teixeira Jales.
A cintilografia nuclear é um exame diagnóstico para
analisar o funcionamento e anatomia de diversos órgãos como o coração, além dos
ossos. Neste procedimento, uma pequena quantidade de material marcador
radioativo é administrada em forma de pílula, por inalação ou por injeção,
dependendo da finalidade do órgão. No caso de pacientes com câncer, Tamara
Teixeira diz que o teste é usado para avaliar a extensão da doença.
*Fonte: Jornal O Mossoroense
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