É com espanto e indignação que a Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (Uern) toma conhecimento da declaração do presidente do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte - TJRN, desembargador Cláudio
Santos, durante entrevista ao RNTV 1ª edição desta data (31/10/2016), sugerindo
a privatização da Uern. A “proposta”, num improviso gerencial, não tem lastro
jurídico, social nem econômico.
A Uern é um órgão estadual, criado por lei, que há mais de
48 anos vem formando pessoas nas mais diversas áreas do conhecimento, com
ênfase nos profissionais para a educação básica, tanto na graduação quanto na
pós-graduação.
A Universidade implementou diversas medidas para adequação
de suas despesas à realidade orçamentária e financeira estadual, dentre as
quais a implementação do teto salarial, racionalização de aluguéis,
descontinuidade de oferta de cursos em Núcleos Avançados de Ensino Superior,
revisão de contratos, além de focar na captação de recursos fora do Erário
Estadual, tais como convênios com a União e Entidades de Fomento.
Sugerir, por outro lado, que o Estado conceda bolsas de até
R$ 1.500,00 para cada aluno como opção ao enfrentamento do “custo” de R$ 20
milhões por mês, sem mencionar ou conhecer que a Uern conta com mais de 15 mil
alunos, é um despropósito financeiro, dado que o montante ultrapassaria R$ 22,5
milhões, muito além do suposto “gasto” com a Instituição.
Nos momentos de crise, como a que ora atravessa o Rio
Grande do Norte, os esforços das melhores inteligências do Estado deveriam se
unir para formular soluções duradouras e viáveis para o desenvolvimento da
região e não apontar propostas mirabolantes, que apenas mascaram os graves
problemas de distribuição dos recursos públicos entre os diversos Poderes e
Órgãos do Estado.
PEDRO FERNANDES RIBEIRO NETO
REITOR
REITOR
VICE-REITOR
COMUNIDADE ACADÊMICA
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