Vendedores ambulantes fizeram protesto ontem em frente à
Câmara Municipal de Mossoró (CMM) contra a decisão de retirada dos profissionais
das ruas até o final deste mês. O manifesto foi acompanhado por seis dos 21
vereadores do município: Lahyre Rosado (PSB), Genivan Vale (Pros), Vingt-un
Rosado (PSB), Francisco Carlos (PV), Tomaz Neto (PDT) e Lucélio Guilherme
(PTB).
No ato, foi questionada a decisão de remoção dos trabalhadores das ruas sem que
fosse encaminhado a um novo local pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). A
possibilidade de ir para o Shopping Popular, único local proposto pelo
município até o momento, não é aceita pela categoria devido ao alto preço do
aluguel.
"Tivemos reunião com o prefeito Francisco José Júnior e ele nos prometeu um local para trabalharmos sem ter que pagar aluguel. Elaboramos um croqui de instalações e entregamos na Prefeitura, mas nada do que nos foi dito tem sido cumprido. Muitos ainda não sabem para onde vão e nem tem condições de pagar um aluguel", disse o presidente da Associação dos Comerciantes Ambulantes de Mossoró (Ascam), Antônio Canuto.
Dentre as alternativas apresentadas durante o ato em frente à CMM estão a reforma de espaços no Vuco-Vuco e a construção de um espaço exclusivo para os camelôs no centro da cidade, onde não seria cobrado aluguel. Os vereadores presentes propuseram pedido de urgência na realização de audiência na Câmara para discutir o destino dos ambulantes.
Os maiores problemas apontados pelos ambulantes em relação à remoção das ruas e calçadas do centro estão o alto valor do aluguel cobrado no Shopping Popular, prédio da iniciativa privada, que varia de R$ 300 a R$ 750. Outro fator que tem incomodado os vendedores é o possível impacto negativo sobre o volume de vendas com a mudança de local.
"Muitas vezes, não conseguimos nem mesmo obter R$ 400 de lucro no mês, como vamos pagar aluguel de R$300 num cubículo, fora energia elétrica e água? Desse jeito acabaríamos tendo de pagar para trabalhar. Conheço camelôs que não chegam a ter nem R$ 500 em mercadoria, não valeria a pena sair para pagar aluguel", disse o camelô Antônio de Freitas.
Ambulantes fazem caminhada nas ruas até a Prefeitura de Mossoró
Da Câmara Municipal de Mossoró, os ambulantes e os vereadores
saíram em caminhada pelas ruas até o Palácio da Resistência, sede da Prefeitura
Municipal de Mossoró (PMM). No local, os trabalhadores cobraram uma audiência
com o prefeito Francisco José Júnior para resolver a questão.
A princípio, o prefeito informou, por meio dos auxiliares, que receberia uma comissão de trabalhadores, desde que fosse sem a presença de nenhum vereador. A proposta não foi acatada pelos ambulantes. Após esperarem por mais de meia hora na recepção da PMM, o chefe do Executivo aceitou receber uma comissão dos manifestantes composta por três representantes dos ambulantes e apenas um vereador. Assim, a comissão dos trabalhadores e o vereador Tomaz Neto foram conversar com o prefeito.
Na reunião, o prefeito assegurou que os trabalhadores informais só serão notificados a desocupar as calçadas do centro da cidade após definido o local para onde eles serão transferidos. No entanto, o prazo para a saída dos ambulantes do centro da cidade continua sendo até o final deste mês.
*Fonte: Jornal O
Mossoroense
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