A Câmara Municipal de Mossoró aprovou autorização para a
Prefeitura antecipar dinheiro de royalties pela produção de petróleo dos
próximos anos, ontem à tarde, em regime de urgência, por 13 votos a
5. A aprovação do projeto do Executivo (nº 1.173/2015) foi cercada de polêmica
e de pronunciamentos acalorados.
A sessão plenária ocorria normalmente até que, no final da
manhã, vereadores governistas comunicaram aos de oposição que o projeto seria
votado ontem, e não na próxima semana, como estava acordado entre as duas
bancadas.
Foi o suficiente para gerar revolta generalizada na bancada
oposicionista, que reivindicava o cumprimento do compromisso da votação após
audiência pública, segunda-feira (16), para aprofundar o debate sobre a
matéria.
“O líder do governo, vereador Soldado Jadson (SD), garantiu
que não colocaria o projeto em votação antes de discuti-lo em audiência
pública. Mas, houve quebra de compromisso”, afirmou o vereador Genivan Vale
(PR), que atribui ao Palácio da Resistência a ordem para que a aprovação
ocorresse ontem. “Mais uma vez, a Câmara se curva à Prefeitura”, lastimou.
O vereador considerou a atitude descortês e desrespeitosa
com o Ministério Público, com quem a bancada governista também se comprometeu
em votar o projeto após o debate público de segunda-feira. O compromisso,
segundo ele, foi firmado pelo vereador Soldado Jadson com o promotor Fábio
Weimar Thé, da Promotoria do Patrimônio Público.
Oposição resistiu, mas foi vencida pela maioria absoluta
A bancada de oposição até tentou suspender a sessão para
adiar a análise do projeto. O vereador Genivan Vale questionou a inclusão do
requerimento de urgência e da matéria na pauta após prazo estabelecido no
Regimento Interno (RI) da Câmara. O argumento, entretanto, não foi acatado pela
mesa diretora, com base em interpretação diferente do RI.
Anteontem, Genivan Vale já havia impetrado na Justiça
mandado de segurança preventivo, a fim de suspender provisoriamente a
tramitação do projeto, para aprofundamento da discussão. O juiz Pedro Cordeiro
se pronunciou sobre o pedido, ontem, oficiando o presidente Jório Nogueira se
manifestar em 72 horas. Contudo, Sem efeito prático.
No fim, prevaleceu o desejo da esmagadora maioria
governista. Todos os 13 vereadores da situação aptos a votar teclaram sim no
painel do plenário. Os vereadores Flávio Tácito (DEM), de licença médica, e
Izabel Montenegro (PMDB), em viagem, não estavam presentes. Todos da oposição
votaram contra.
O plenário também aprovou emenda, de autoria da bancada
governista, obrigando a Prefeitura a realizar audiência pública para debater a
destinação dos recursos assim que o montante for conhecido. Fala-se em R$ 40
milhões.
“Isso contempla a discussão com a sociedade”, argumentou Jadson. Para
a oposição, a medida é inócua. “É apenas uma cortina de fumaça para confundir a
opinião pública”, avaliou Francisco Carlos.
*Fonte: Com informações do jornal O Mossoroense
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