A técnica, que gerava polêmica há poucos anos, agora é a
opção de muitas famílias
Ter a possibilidade
de armazenar o material genético necessário para usar na formação de novos
tecidos ou órgãos, no caso de qualquer doença crônica ou lesão. Essa já é uma
realidade experimentada por algumas mães brasileiras quando optam pelo
armazenamento das células-tronco do sangue do cordão umbilical no momento do
parto de seus bebês.
A administradora
Izabelita Mesquita, grávida de seis meses, já estuda a possibilidade de adotar
a medida. “Essa é uma chance de você salvar seu filho, porque esse procedimento
pode ser a solução pra diversas doenças que até hoje não têm cura e que somente
são solucionadas com transplantes, como a leucemia, por exemplo”, afirma a futura
mãe, que ressalta: “Nós não sabemos o que vem pela frente”.
Em parceria com a
Cordcell, referência em terapia celular no Brasil, o Laboratório DNA Center
passará a oferecer o serviço no Rio Grande do Norte. Levando em consideração o
fato de que essas células podem restaurar o sangue e o sistema imunológico após
o tratamento de diversos tipos de câncer, doenças hematológicas e genéticas,
optar pelo seu armazenamento tem sido visto quase como um “seguro de vida
biológico”.
Segundo a bioquímica
Andrea Fernandes, que também atua nas áreas de genética e biologia molecular,
as células do sangue do cordão umbilical são ideais para o armazenamento por
serem uma das melhores fontes de células-tronco do corpo humano. “Como essa é
uma célula que ainda não sofreu nenhuma influência de fatores externos, como
estresse, tempo, medicamentos, infecções ou alterações de temperatura, ela tem
demonstrado expressiva vantagem em sua eficácia terapêutica no tratamento de
inúmeras doenças”, explica a bioquímica.
CÉLULAS
Células-tronco são
aquelas com uma capacidade especial de multiplicação e diferenciação, podendo
transformar-se nos mais variados tecidos do corpo (sangue, ossos, nervos,
músculos, etc). Basicamente, há dois tipos: as embrionárias e as extraídas de
tecidos maduros de adultos e crianças. As primeiras - obtidas no processo de
fecundação, até o 14º dia de formação do embrião - são as pluripotenciais, ou
seja, podem formar qualquer tecido do organismo.
Já as outras se
encontram, por exemplo, no cordão umbilical ou na medula óssea. São as chamadas
multipotenciais, mais especializadas, que dão origem a apenas alguns tecidos,
porém são consideradas pelos cientistas a melhor fonte para o tratamento de
mais de 50 cânceres (entre eles leucemia e linfoma); males congênitos (como a
anemia de Fanconi, que afeta a medula óssea, gerando redução na produção de
células sangüíneas); e doenças hereditárias (como a talassemia, que prejudica a
capacidade de produzir hemoglobina, e a anemia falciforme, quando existe
deformação nos glóbulos vermelhos).
*Laboratório DNA Center Análises Clínicas
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