segunda-feira, 4 de junho de 2012

A semente da Educação Ambiental



Preparar o terreno, plantar a semente, oferecer as condições adequadas para o desenvolvimento e, como consequência, colher os frutos. As etapas da vida de uma planta são semelhantes às fases necessárias ao sucesso da Educação Ambiental. É preciso plantar, iniciar a conscientização desde cedo, para que as crianças de hoje protejam a natureza e sejam os multiplicadores desta prática amanhã.
Na Escola Municipal Senador Dinarte Mariz, vários projetos relacionados ao meio ambiente estão em andamento. Um deles é o projeto de compostagem. De acordo com o professor de Ciências, Jailson Martins, o trabalho consiste na transformação de todo o material orgânico e dos restos de comida em adubo natural.
A escola também possui uma horta criada por alunos e professores da instituição. Produtos como cheiro verde, tomate, batata, cenoura, alface e frutas de ciclo mais rápido foram plantados e estão sendo cuidados para que possam dar resultado. "A ideia é esta, o que for produzido aqui será consumido aqui", explica Jailson Martins.
Para criarem a horta, os alunos passaram por uma preparação teórica, fruto do trabalho de uma professora da escola, até partirem para a prática. "Cada qual vai cuidando do seu canteiro ou vai passando por todas as etapas do projeto", explica Jailson.
Sávio Gurgel, 13, é um dos alunos que participam do projeto de produção de hortaliças. Ele contribuiu com a elaboração dos canteiros, plantio das sementes e agora rega a terra para que as hortaliças floresçam. A lição não foi apenas com relação ao meio ambiente, ele também aprendeu como economizar. "Aprendi que é bom, é melhor do que gastar dinheiro", afirma. O estudante também já não tem o mesmo olhar diante de uma garrafa pet: ao invés de colocá-la no lixo, ele sabe que a embalagem pode ser reaproveitada.
A escola também trabalha a preservação do meio ambiente e já desenvolveu inclusive um fogão solar, que foi testado e será reproduzido na próxima terça-feira, 5, quando se comemora o Dia do Meio Ambiente, segundo informa o professor Jailson Martins. Atualmente, eles trabalham no desenvolvimento de um aquecedor solar, que vai utilizar a energia do sol para aquecer a água, eliminando os microorganismos. Para ser confeccionado, o aquecedor utilizará garrafas pet, tubos PVC e latinhas de refrigerante.
Mas as lições começam com os alunos menores, "Quando minha mãe compra chiclete, eu coloco o papel no lixo", conta Gentil Júnior, 6, sobre o que aprendeu com o tio, em casa, e com a professora Aldenora Felício, na escola.
"A escola está mais limpa", diz a professora. "Melhorou, aqui a gente sempre trabalha a questão do lixo", acrescenta.
Na Escola Estadual Maria Estela Pinheiro, o Projeto Meio Ambiente, iniciado em 2011, já trabalhou vários temas, desde o Rio Mossoró à devastação da Caatinga. Como frutos do trabalho, a escola criou uma rádio ambiental, um jornalzinho com o mesmo tema e ainda uma horta cujos produtos eram destinados ao consumo na própria escola.
De acordo com a coordenadora pedagógica da instituição, Magda Maria Benevides Gomes, esse último projeto já existia, mas estava desativado e foi retomado após uma visita de professores e alunos à Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), onde os estudantes puderam conhecer uma horta e colocar em prática a experiência observada na escola.
Os projetos envolvem desde os alunos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Atualmente, os projetos estão paralisados por causa da Feira de Ciências da instituição, mas devem ser retomados com a conclusão do evento.
No caso da horta, houve um problema. Magda Maria conta que um dia, após um final de semana, ao chegarem à escola, alunos e professores se depararam com danos ao terreno onde ficava a plantação. Todos os produtos foram roubados. Os alunos se desestimularam um pouco.
A retomada das atividades deve ocorrer com um trabalho de arborização no terreno da instituição. "A intenção é esta: arborizar a escola com plantas naturais e dar continuidade à horta", explica a coordenadora. O programa de rádio, que vai ao ar nos três turnos, durante o intervalo, também deve ser retomado. 
Os trabalhos desenvolvidos já surtem efeito. "Ao menos esta questão da conservação da escola vem melhorando", diz a coordenadora. "A gente observa que a escola está mais limpa", finaliza.

Luciana Araújo
Da Redação (Jornal Gazeta do Oeste)

Nenhum comentário:

Postar um comentário