Preparar o terreno,
plantar a semente, oferecer as condições adequadas para o desenvolvimento e,
como consequência, colher os frutos. As etapas da vida de uma planta são
semelhantes às fases necessárias ao sucesso da Educação Ambiental. É preciso
plantar, iniciar a conscientização desde cedo, para que as crianças de hoje
protejam a natureza e sejam os multiplicadores desta prática amanhã.
Na Escola Municipal
Senador Dinarte Mariz, vários projetos relacionados ao meio ambiente estão em
andamento. Um deles é o projeto de compostagem. De acordo com o professor de
Ciências, Jailson Martins, o trabalho consiste na transformação de todo o
material orgânico e dos restos de comida em adubo natural.
A escola também
possui uma horta criada por alunos e professores da instituição. Produtos como
cheiro verde, tomate, batata, cenoura, alface e frutas de ciclo mais rápido
foram plantados e estão sendo cuidados para que possam dar resultado. "A
ideia é esta, o que for produzido aqui será consumido aqui", explica
Jailson Martins.
Para criarem a horta,
os alunos passaram por uma preparação teórica, fruto do trabalho de uma
professora da escola, até partirem para a prática. "Cada qual vai cuidando
do seu canteiro ou vai passando por todas as etapas do projeto", explica
Jailson.
Sávio Gurgel, 13, é
um dos alunos que participam do projeto de produção de hortaliças. Ele
contribuiu com a elaboração dos canteiros, plantio das sementes e agora rega a
terra para que as hortaliças floresçam. A lição não foi apenas com relação ao
meio ambiente, ele também aprendeu como economizar. "Aprendi que é bom, é
melhor do que gastar dinheiro", afirma. O estudante também já não tem o
mesmo olhar diante de uma garrafa pet: ao invés de colocá-la no lixo, ele sabe
que a embalagem pode ser reaproveitada.
A escola também
trabalha a preservação do meio ambiente e já desenvolveu inclusive um fogão
solar, que foi testado e será reproduzido na próxima terça-feira, 5, quando se
comemora o Dia do Meio Ambiente, segundo informa o professor Jailson Martins. Atualmente,
eles trabalham no desenvolvimento de um aquecedor solar, que vai utilizar a
energia do sol para aquecer a água, eliminando os microorganismos. Para ser
confeccionado, o aquecedor utilizará garrafas pet, tubos PVC e latinhas de
refrigerante.
Mas as lições começam
com os alunos menores, "Quando minha mãe compra chiclete, eu coloco o
papel no lixo", conta Gentil Júnior, 6, sobre o que aprendeu com o tio, em
casa, e com a professora Aldenora Felício, na escola.
"A escola está
mais limpa", diz a professora. "Melhorou, aqui a gente sempre
trabalha a questão do lixo", acrescenta.
Na Escola Estadual
Maria Estela Pinheiro, o Projeto Meio Ambiente, iniciado em 2011, já trabalhou
vários temas, desde o Rio Mossoró à devastação da Caatinga. Como frutos do trabalho,
a escola criou uma rádio ambiental, um jornalzinho com o mesmo tema e ainda uma
horta cujos produtos eram destinados ao consumo na própria escola.
De acordo com a
coordenadora pedagógica da instituição, Magda Maria Benevides Gomes, esse
último projeto já existia, mas estava desativado e foi retomado após uma visita
de professores e alunos à Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA),
onde os estudantes puderam conhecer uma horta e colocar em prática a
experiência observada na escola.
Os projetos envolvem
desde os alunos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Atualmente, os projetos
estão paralisados por causa da Feira de Ciências da instituição, mas devem ser
retomados com a conclusão do evento.
No caso da horta,
houve um problema. Magda Maria conta que um dia, após um final de semana, ao
chegarem à escola, alunos e professores se depararam com danos ao terreno onde
ficava a plantação. Todos os produtos foram roubados. Os alunos se
desestimularam um pouco.
A retomada das
atividades deve ocorrer com um trabalho de arborização no terreno da
instituição. "A intenção é esta: arborizar a escola com plantas naturais e
dar continuidade à horta", explica a coordenadora. O programa de rádio,
que vai ao ar nos três turnos, durante o intervalo, também deve ser
retomado.
Os trabalhos
desenvolvidos já surtem efeito. "Ao menos esta questão da conservação da
escola vem melhorando", diz a coordenadora. "A gente observa que a
escola está mais limpa", finaliza.
Luciana Araújo
Da Redação (Jornal Gazeta do Oeste)
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