quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Governistas derrubam requerimento que pedia o afastamento do prefeito

Sem nenhuma justificativa, a bancada situacionista da Câmara Municipal de Mossoró (CMM) derrubou o requerimento do vereador Genivan Vale (PROS), que pedia o afastamento do prefeito Francisco José Júnior (PSD). O motivo da solicitação do edil era para que pudesse ser investigada a denúncia de apropriação indébita de recursos do Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Mossoró  (Previ-Mossoró).

O pedido de afastamento feito pelo vereador estava fundamentado em documentos da própria Previ Mossoró. Conforme o ofício 300/15, assinado pelo presidente do Previ Mossoró, Renato Fernandes, desde janeiro o Executivo não repassa a contribuição patronal. Já a parte que cabe aos servidores não é repassada desde abril.  

Ainda de acordo com o ofício, os débitos da Prefeitura de Mossoró com o Instituto chegam a R$ 15.684.135,25. Deste valor, quase R$ 5 milhões é a soma do débito com os servidores.

“Isso significa dizer que os valores são recolhidos do funcionalismo municipal pela prefeitura e não são repassados para a Previ. Isso se configura como apropriação indébita previdenciária, crime previsto no artigo 168-A, do Código Penal”, frisa Genivan Vale, acrescentando que, caso comprovado o ato, o ente público responderá por improbidade administrativa, podendo, inclusive perder o mandato.

Mesmo com o ofício nº 300/2015 da Previ, comprovando os atrasos do repasse da parte dos servidores há quatro meses, o requerimento foi derrubado pela maioria esmagadora dos vereadores aliados do prefeito. Votaram a favor do afastamento somente os vereadores da oposição, Lahyre Neto (PSB), Vingt-un Neto (PSB), Francisco Carlos (PV) e o autor do requerimento Genivan Vale. O vereador Tomaz Neto (PDT), se ausentou da sessão por motivo de saúde, mas havia assinado o requerimento em apoio ao afastamento.

No entanto, apesar da Câmara Municipal de Mossoró ter barrado o pedido de investigação sobre a denúncia de apropriação indébita do prefeito, o Genivan Vale, juntamente com os vereadores da oposição, vai insistir em esclarecer o que está sendo feito com os recursos descontados dos salários dos servidores. Ainda esta semana, eles irão provocar a Procuradoria Geral de Justiça, para que a denúncia possa ser apurada pela via judicial.


“A prefeitura não deveria atrasar nem a parte patronal, mas diante das dificuldades de receita é até compreensível que possa haver um ou outro atraso. Porém, não podemos admitir que a prefeitura desconte o dinheiro do servidor e não repasse a Previ”, declara Genivan Vale, lamentando a posição da Câmara de fechar os olhos para essa situação tão grave.

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