terça-feira, 3 de abril de 2012

Lista de exigência para reabertura de abatedouros deve ser liberada hoje

Os proprietários de abatedouros de aves de Mossoró, fechados desde o início de março, aguardam relatório feito durante vistoria realizada na sexta-feira, 30. A visita foi proposta pelos proprietários que pediram a reabertura dos quatro abatedouros mais estruturados até que consigam regularizar a situação junto ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA).

A fiscalização foi realizada em conjunto por equipes do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN), representantes do Ministério Público e fiscais do Idema.

Francinildo Bezerra da Silva, que trabalha há 20 anos com o abate de frango, diz que, assim como os demais proprietários de abatedouros, está procurando alternativas para poder manter a produção.

"Se eu disser que estou parado, vou estar mentindo. Não podemos parar, porque dependemos da renda proveniente do abate, temos nossas famílias e nossos compromissos", comenta.

O abatedouro de Francinildo Bezerra é um dos quatro que devem ser reabertos com autorização do Idiarn. Ele explica que, durante a vistoria, os fiscais informaram que entre as modificações que deverão ser feitas estão a instalação de um forro de PVC e a substituição da lenha pelo gás.

Francinildo Bezerra diz que, mesmo que os proprietários dos 20 abatedouros formem uma cooperativa, não terão condições de arcar sozinhos com os custos da estruturação de um local que atenda todas as exigências dos órgãos competentes.

"Para que isso aconteça, é necessário um investimento de cerca de R$ 500 mil, e isso nós não temos condição de pagar. Só seria possível se a Prefeitura arcasse com esse custo", explica.

O vereador Genivan Vale, que acompanhou as vistorias, explica que os órgãos ficaram de enviar o relatório apontando as modificações estruturais que precisam ser feitas para os abatedouros poderem voltar a funcionar. Segundo o vereador, o relatório deve ser concluído e divulgado nesta terça-feira, 3.

Para Genivan Vale, a orientação é que os proprietários de pequenos abatedouros se juntem em cooperativa para que todos possam utilizar uma mesma estrutura.

"Por serem pequenos, muitos abatedouros não têm como atender todas as exigências, mas se todos se juntarem, conseguirão se estruturar para produzir em um só lugar, mantendo a produção, e a sociedade terá a garantia de um produto dentro das condições sanitárias exigidas", frisa.

A diretora do Idiarn, Vera Lúcia, afirma que o órgão está fazendo tudo para que os criadores de frango da cidade não sejam prejudicados.

"Os nossos fiscais apontarão os pontos principais que deverão ser modificados para que esses quatro abatedouros sejam reabertos com as condições mínimas de higiene", comenta.

Falta de estrutura atrapalha trabalho

Os funcionários do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (IDIARN) e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (EMATER) reclamam das condições precárias de funcionamento dos órgãos em Mossoró.

Servidores do Idiarn informam que todos os telefones do órgão estão cortados há mais de dois meses. Os servidores da Emater também reclamaram da falta de estrutura.

Eles explicam que estão sem telefone e que, dos três carros disponíveis no órgão, apenas um está funcionando. No entanto, preferiram ter sua identidade preservada, porque alguns colegas já foram punidos por terem denunciado problemas vivenciados pelo órgão aos veículos de comunicação.

O chefe da Unidade Local de Saúde Animal e Vegetal (ULSAV) do Idiarn, Evandro Mendes, confirma que os telefones estão cortados, mas que as linhas telefônicas deverão voltar a funcionar a partir de maio.

"Estamos aguardando a regularização dos convênios para poder normalizar o funcionamento do órgão, colocando em dia o pagamento das diárias para as equipes voltarem a realizar fiscalizações em outros municípios do Estado", explica.

*Jornal De Fato

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