Vereadores,
médicos obstetras e representantes do setor de saúde pública se reuniram na
manhã de hoje, 19, na Câmara Municipal de Mossoró (CMM), a fim de discutirem
alternativas para resolverem o caos no setor de obstetrícia no município. A
situação crítica do atendimento obstétrico viola os direitos à vida e à dignidade humana.
Na
ocasião, representantes dos obstetras entregaram ao vereador Genivan Vale
(PROS) um relatório com o histórico da atual situação vivenciada no
município. Este documento deverá ser encaminhado para o Conselho Federal de
Medicina (CFM) no intuito de cobrar providências para resolver a questão.
O
documento relata que o contrato dos obstetras com a prefeitura encerrou em 31
de julho de 2014 e não foi renovado, nem aditivado pela secretária de saúde.
Além disso, o contrato estava com atraso de pagamento dos últimos quatro meses.
Um
dia antes do encerramento do contrato, os médicos especialistas se reuniram no
Ministério Público (MP) com a direção da Casa de Saúde e a secretária Leodise
Cruz para tentar evitar a paralisação. As condições impostas para manter aos
serviços foram: melhorias nas condições de trabalho e o cronograma para
pagamento de honorários atrasados. A secretaria de Saúde afirmou que tinha
interesse de refazer o contrato com os médicos, mas não tinha recursos, nem para
quitar o contrato que terminou, nem fazer um cronograma de parcelas.
“Terminou
a reunião, com a classe médica sem garantias para poder retornar as atividades”,
disse o médico Manoel Nobre. Com isso, os profissionais que prestavam serviços
na Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR) suspenderam as atividades no dia 4 de
agosto, e, como consequência, os atendimentos na referida unidade de saúde foram
encerrados. Com o fim das atividades da Casa de Saúde Dix-sept Rosado, a
situação da obstetrícia ficou um caos.
Conforme
o obstetra, somente o Hospital da Mulher não tem condições para atender a
população da região que procura a obstétrica, devido à quantidade de leitos
reduzida. O resultado é hospital superlotado, pacientes puerperas em cadeiras,
partos em recepção, revolta da população, altas precoce, altos nível de
estresse vivido por equipe medica e enfermagem, pacientes sendo encaminhadas
para Natal com risco imenso de mortalidade materno-fetal.
“Por
causa desta situação, três bebês já morreram em Mossoró por falta de
atendimento. Os médicos estão sobrecarregados, exauridos com a grande demanda
no Hospital da Mulher. Em muitos casos, precisamos escolher quem vamos atender
primeiros, uma verdadeira ‘escolha de sofia’: escolher quem vai nascer e quem
vai morrer”, desabafa o obstetra.
Medidas
Diante
do exposto pelos profissionais, o vereador Genivan Vale pediu sensibilidade da
prefeitura de Mossoró para resolver a situação de forma urgente. “A Casa de
Saúde Dix-sept Rosado precisa ser reaberta. É preciso fazer melhorias na
unidade, mas isso deve ser feito com ela aberta”, declara. E complementa: “É
preciso usar o bom senso e buscar alternativas para retomar o atendimento
obstétrico de forma satisfatória. Não vamos deixar as pessoas morrerem”,
conclama o vereador.
Genivan
Vale sugere ao prefeito de Mossoró que possa fazer o remanejamento de recursos
para sanar os problemas na saúde, uma vez que o Executivo declara que não há verbas para
atender o pleito dos profissionais para que o atendimento da Casa da
Saúde possa ser retomado.
“Se
o problema é a falta de dinheiro para resolver os problemas da saúde, o
prefeito pode pedir autorização da Câmara Municipal para fazer o remanejamento
no orçamento, ou seja, destinar recursos de áreas menos prioritárias para a
saúde. Os vereadores não irão se opor a isso”, declara Genivan Vale, reforçando
que é necessária uma atitude imediata para acabar com o caos no setor de
obstetrícia.
*Assessoria
de Comunicação
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