quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cirurgias oncológicas estão suspensas há quase três meses

Prestes a completar três meses de suspensão das cirurgias oncológicas e eletivas de baixa, média e alta complexidade, o Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró (COHM) estima que já deixou de realizar mais de 400 procedimentos cirúrgicos para o tratamento de câncer. O atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está suspenso devido impasse entre os anestesiologistas e a Prefeitura de Mossoró para fechamento do contrato de serviços.

Segundo o presidente da Clínica de Anestesiologistas de Mossoró (CAM), médico Ronaldo Fixina, a categoria aguarda um posicionamento do gestor municipal com relação à proposta de contrato com os anestesiologistas. “Até agora estamos aguardando que a Prefeitura analise a nossa proposta. Não podemos voltar a trabalhar sem termos uma garantia jurídica de que vamos receber. Não tem essa de prestar serviço sem saber quando vai receber o salário. Somos profissionais como qualquer outra categoria e necessitamos do nosso pagamento. O grupo tem interesse em solucionar o impasse e voltar a trabalhar”, destaca o médico acrescentando que a culpa pela paralisação não é dos médicos, mas do gestor municipal. Os serviços estão paralisados nos dois centros de oncologia (do Hospital Wilson Rosado e o COHM).

Para o diretor do COHM, oncologista Cure de Medeiros, a solução para os problemas enfrentados pelo setor de oncologia, como falta de repasses e verba para a manutenção do Hospital da Solidariedade só será possível mediante a união do Governo do Estado com o município. Ele reclama que Mossoró não recebe a mesma atenção dispensada a Natal para conduzir os atendimentos oncológicos. “É injusto que Mossoró não receba o mesmo tratamento, a mesma atenção quando recebemos pacientes de mais de 60 municípios. Queremos o mesmo sistema que ocorre em Natal. Não há como concordar com dois pesos e duas medidas. Se Estado e municípios podem trabalhar juntos lá, queremos que o mesmo ocorra aqui”, destaca o oncologista.

Cure de Medeiros destaca que já levou à governadora Rosalba Ciarlini a proposta que solicita a equivalência remuneratória do Estado e município que já existe em Natal há muito tempo. “Neste caso o Estado ficaria com a responsabilidade de repassar 60% e a Prefeitura complementaria com os outros 40% e assim solucionaríamos esse impasse”, diz.

Desde a paralisação das cirurgias no dia 15 de agosto passado, os pacientes têm procurado outros centros em Natal para tentar realizar o procedimento, no entanto na capital a demanda de pacientes que aguardam cirurgias é grande e o tempo de espera maior que o de Mossoró.

Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Mossoró, os contratos estão em fase de efetivação. A secretária Municipal de Saúde, Leodise Cruz, está com a documentação pronta para se reunir com os médicos e discutir o assunto, a fim de que sejam retomadas as cirurgias oncológicas e eletivas.
*Fonte: Gazeta do Oeste

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