Prestes
a completar três meses de suspensão das cirurgias oncológicas e eletivas de
baixa, média e alta complexidade, o Centro de Oncologia e Hematologia de
Mossoró (COHM) estima que já deixou de realizar mais de 400 procedimentos
cirúrgicos para o tratamento de câncer. O atendimento pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) está suspenso devido impasse entre os anestesiologistas e a
Prefeitura de Mossoró para fechamento do contrato de serviços.
Segundo
o presidente da Clínica de Anestesiologistas de Mossoró (CAM), médico Ronaldo
Fixina, a categoria aguarda um posicionamento do gestor municipal com relação à
proposta de contrato com os anestesiologistas. “Até agora estamos aguardando
que a Prefeitura analise a nossa proposta. Não podemos voltar a trabalhar sem
termos uma garantia jurídica de que vamos receber. Não tem essa de prestar
serviço sem saber quando vai receber o salário. Somos profissionais como
qualquer outra categoria e necessitamos do nosso pagamento. O grupo tem
interesse em solucionar o impasse e voltar a trabalhar”, destaca o médico
acrescentando que a culpa pela paralisação não é dos médicos, mas do gestor
municipal. Os serviços estão paralisados nos dois centros de oncologia (do
Hospital Wilson Rosado e o COHM).
Para
o diretor do COHM, oncologista Cure de Medeiros, a solução para os problemas
enfrentados pelo setor de oncologia, como falta de repasses e verba para a
manutenção do Hospital da Solidariedade só será possível mediante a união do
Governo do Estado com o município. Ele reclama que Mossoró não recebe a mesma
atenção dispensada a Natal para conduzir os atendimentos oncológicos. “É
injusto que Mossoró não receba o mesmo tratamento, a mesma atenção quando
recebemos pacientes de mais de 60 municípios. Queremos o mesmo sistema que
ocorre em Natal. Não há como concordar com dois pesos e duas medidas. Se Estado
e municípios podem trabalhar juntos lá, queremos que o mesmo ocorra aqui”,
destaca o oncologista.
Cure
de Medeiros destaca que já levou à governadora Rosalba Ciarlini a proposta que
solicita a equivalência remuneratória do Estado e município que já existe em
Natal há muito tempo. “Neste caso o Estado ficaria com a responsabilidade de
repassar 60% e a Prefeitura complementaria com os outros 40% e assim
solucionaríamos esse impasse”, diz.
Desde
a paralisação das cirurgias no dia 15 de agosto passado, os pacientes têm
procurado outros centros em Natal para tentar realizar o procedimento, no
entanto na capital a demanda de pacientes que aguardam cirurgias é grande e o
tempo de espera maior que o de Mossoró.
Segundo
a assessoria de comunicação da Prefeitura de Mossoró, os contratos estão em
fase de efetivação. A secretária Municipal de Saúde, Leodise Cruz, está com a
documentação pronta para se reunir com os médicos e discutir o assunto, a fim
de que sejam retomadas as cirurgias oncológicas e eletivas.
*Fonte:
Gazeta do Oeste
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