Servidores da Unidade Básica de Saúde Antônio Camilo, na
Ilha de Santa Luzia, paralisaram as atividades durante todo o dia de ontem, 4,
em protesto por más condições de trabalho. O prédio onde funciona a UBS
enfrenta há 23 anos vários problemas estruturais, entre eles que parte do teto
de uma das salas que está caindo, buracos nas paredes, extintores vencidos,
entre outros.
A técnica de enfermagem Rita de Cássia Bezerra lembra que
esta não foi a primeira vez que eles se mobilizaram sobre os problemas. “Sempre
que a gente faz alguma mobilização que envolve a imprensa, vem uma pessoa aqui,
faz um pequeno reparo em uma parede, mas ficam as outras coisas”, disse.
Duas salas que deveriam funcionar exclusivamente, uma para
vacina, outra para curativos, servem para várias outras coisas. “A Atenção
Básica deveria ser um serviço separado, mas aqui funciona tudo misturado”,
reclamou a agente de saúde Kátia Regina.
Os servidores fizeram uma denúncia ao Conselho Regional de
Enfermagem (COREN), que visitou a Unidade na terça-feira da semana passada.
“Segundo eles, aqui estava tudo irregular, mas que não tinham poder para
interditar, apenas notificar a Secretaria de Saúde, o que foi feito, o
documento já foi entregue. Acredito que se houvesse fiscalização por parte do
Ministério da Saúde, nada disso aconteceria”, afirmou Rita de Cássia.
Além de todos os problemas como parte do teto caindo em alguns
lugares e buracos nas paredes, infiltrações, a sala onde funciona a farmácia
também serve de almoxarifado e não tem ventilação, sem falar no cupim que já
está sobre todo o teto, segundo os servidores. Fora isso, a lavanderia e a copa
funcionam no mesmo local.
Os extintores estão vencidos desde 2006, mas no local
existe um alvará de funcionamento com data de inspeção do ano passado, sendo
válido até 15 de dezembro deste ano. “O que nós ficamos impressionados é que a
data de inspeção é de dezembro de 2014, mas nenhum de nós viu essa inspeção
sendo feita”, disse Rita de Cássia.
Os servidores informaram ainda que a proprietária da casa
em que a Unidade Básica funciona esteve no local informando que o aluguel
estava atrasado desde dezembro do ano passado e que hoje viria buscar a chave
do local. Eles também informaram que a empresa de segurança que atendia ao
local veio pegar os equipamentos devido à falta de pagamento dos serviços.
A maior revolta dos servidores é porque próximo ao local
onde funciona a UBS, outra Unidade já está construída, na Rua Francisco
Rebouças Sobrinho, esta desde o ano de 2010, com estrutura física nova, mas sem
funcionamento. “Começaram em 2010, mas em 2011 já estava toda pronta. Na placa
original da obra informava um valor aproximado a meio milhão de reais,
informando que a obra foi iniciada em janeiro desde ano, que vão entregar em
agosto”, continuou Rita de Cássia.
Próximo ao local aonde a placa se encontra hoje, a moradora
Maria Pereira de Melo explicou que a placa foi colocada a menos de dois meses.
“Não entendi o porquê disso, pois todos sabemos que a obra começou em 2010.
Além de tudo isso, outro descaso é com relação ao gasto de energia elétrica. As
lâmpadas dessa Unidade nova são ligadas 24 horas, nunca desligam, mesmo ela não
estando funcionando”, afirmou.
Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria
Municipal de Saúde informou que a nova estrutura foi inaugurada ainda no
governo Fafá Rosado, mas apenas com a estrutura física, mas que desde então
nunca foi utilizada. A assessoria informou ainda que a empresa responsável pela
obra inicialmente faliu e que outra teve que ser contratada para concluir o
local, que no momento está em fase de medição.
Ainda segundo a assessoria, amanhã, 6, haverá uma reunião
entre a secretária-adjunta da Saúde e os engenheiros responsáveis pela obra,
que tem data de entrega para agosto deste ano.
Quanto ao pagamento do aluguel do prédio atual, a
assessoria informa que não há atrasos e que o pagamento referente ao último mês
deve ser pago até o dia 15 de maio.
*Fonte: Gazeta do Oeste
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