Se ainda hoje a transexualidade é considerada uma
espécie de distúrbio pela Organização Mundial de Saúde (OMS), essa realidade
está prestes a ser alterada. Como informou a Folha de S. Paulo, a próxima
edição da CID-11(Classificação Internacional de Doenças) – lista de doenças que
orienta a saúde de todo o mundo – vai deixar de tachar como transtornos vários
comportamentos relacionados à identidade de gênero.
Pela nova proposta do manual, prevista para entrar
em vigor em 2015, os transexuais podem ganhar um capítulo próprio para reunir outras
“condições relativas à sexualidade” e nada tem a ver com as demais doenças.
Nessa categoria, devem entrar outras condições sexuais ainda não definidas pela
OMS. Já o sadomasoquismo e o travestismo fetichista, devem ser eliminados da
CID-11.
À reportagem da Folha, o diretor de saúde mental da
OMS, Geoffrey Reed, disse que se trata de “despatologizar” o sexo e que
“comportamentos sexuais inteiramente privados ou consensuais e que não resultem
em danos às outras pessoas não devem ser considerados uma condição de saúde”.
A notícia, bem recebida por alguns, promete causar
polêmica. Isso porque, ao deixarem de ser classificados como doenças, esses
comportamentos podem ficar fora da cobertura dos sistemas de saúde. Hoje, no
Brasil, por exemplo, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante cirurgias de
mudanças de sexo ou outras terapias aos transgêneros. A psiquiatra Denise
Vieira, uma das coordenadoras brasileiras da revisão da CID na área de saúde
sexual, garantiu à Folha que o impacto da mudança de diagnóstico nas leis está
sendo criteriosamente analisado “para evitar qualquer eventual prejuízo ao
acesso a serviços de saúde”.
*Fonte: Revista Radis
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