segunda-feira, 28 de abril de 2014

Transexualidade fora da lista de doenças mentais da OMS

Se ainda hoje a transexualidade é considerada uma espécie de distúrbio pela Organização Mundial de Saúde (OMS), essa realidade está prestes a ser alterada. Como informou a Folha de S. Paulo, a próxima edição da CID-11(Classificação Internacional de Doenças) – lista de doenças que orienta a saúde de todo o mundo – vai deixar de tachar como transtornos vários comportamentos relacionados à identidade de gênero.

Pela nova proposta do manual, prevista para entrar em vigor em 2015, os transexuais podem ganhar um capítulo próprio para reunir outras “condições relativas à sexualidade” e nada tem a ver com as demais doenças. Nessa categoria, devem entrar outras condições sexuais ainda não definidas pela OMS. Já o sadomasoquismo e o travestismo fetichista, devem ser eliminados da CID-11.

À reportagem da Folha, o diretor de saúde mental da OMS, Geoffrey Reed, disse que se trata de “despatologizar” o sexo e que “comportamentos sexuais inteiramente privados ou consensuais e que não resultem em danos às outras pessoas não devem ser considerados uma condição de saúde”.


A notícia, bem recebida por alguns, promete causar polêmica. Isso porque, ao deixarem de ser classificados como doenças, esses comportamentos podem ficar fora da cobertura dos sistemas de saúde. Hoje, no Brasil, por exemplo, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante cirurgias de mudanças de sexo ou outras terapias aos transgêneros. A psiquiatra Denise Vieira, uma das coordenadoras brasileiras da revisão da CID na área de saúde sexual, garantiu à Folha que o impacto da mudança de diagnóstico nas leis está sendo criteriosamente analisado “para evitar qualquer eventual prejuízo ao acesso a serviços de saúde”. 

*Fonte: Revista Radis 

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