segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Secretário da Fazenda admite erro de redação do projeto de reforma tributária



Vereadores, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), dos contadores e da Prefeitura de Mossoró se reuniram, na última sexta-feira, no Plenário da Câmara Municipal de Mossoró (PMM) para debater sobre o Projeto de Lei Complementar 106/14, que prevê a alteração do Código Tributário Municipal. Da forma como foi enviada para o Legislativo, a matéria prejudicaria diretamente os profissionais de advocacia, contabilidade e auditores.

Após debates sobre a matéria, o secretário municipal da Fazenda, Jerônimo Rosado de Sousa, admitiu que o projeto continha erros textuais, especificamente no artigo em que excluía as sociedades de classe (advogados, contadores e auditores) de pagar seus tributos com base em uma alíquota fixa, passando a contribuir em valores de acordo com o faturamento bruto.

O equívoco provocaria um aumento de custos dos serviços destes profissionais, que refletiriam diretamente na população, caso a matéria tivesse sido aprovada com o texto original. O projeto de reforma tributária estava para ser votado em regime de urgência na última sessão ordinária desta Legislatura, ocorrida na quarta-feira passada.

“Sempre nos posicionamos contra votar o projeto de reforma tributária em regime de urgência. E hoje o secretário mostra que a nossa preocupação tinha fundamento. Se a Câmara tivesse apreciado a matéria na última sessão, como defendia boa parte dos vereadores, a Casa corria o risco de aprovar um texto com erros que prejudicaria vários profissionais”, afirma o vereador Genivan Vale (PROS).

Durante a reunião, o secretário da Fazenda se comprometeu em fazer as alterações necessárias e reapresentar o projeto para apreciação. No entanto, o presidente em exercício da OAB, Jonas Segundo, defendeu que a proposta tramitasse em regime normal, passando pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Financias antes de ir para Plenário.

“Assim como esse erro que prejudicaria as sociedades de classe passou despercebido, corre o risco de que existam outros pontos no projeto com redação equivocada e também não sejam identificados em tempo hábil para serem corrigidos, antes de a matéria ser aprovada”, justifica o advogado.

O parlamentar avalia que a reunião de hoje foi bastante positiva. 
“Demonstrou o quanto estávamos certos em defender o amplo debate do projeto antes de sua aprovação”, destaca Genivan. Ele lembra que a matéria teria sido apreciada nessa quarta-feira, e provavelmente até aprovada da forma como estava, se não fosse o alerta do seu mandato.

 “Isso mostra que tomamos a decisão acertada em alertar as categorias envolvidas. Com isso, conseguimos provocar as discussões e fazer a prefeitura perceber que havia erros no projeto. Este episódio serve para mostrar ao governo o quanto é importante o diálogo com a população, antes da aprovação de matérias que afetam diretamente a vida da sociedade”, diz o vereador.


*Assessoria de Comunicação

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