O
Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do Hospital Regional Tarcísio
Maia (HRTM) divulgou recentemente os números de vítimas de acidentes atendidas
no ano de 2014. Dos 7.807 acidentados socorridos no HRTM, 5.802, o que
corresponde a 74,34% do total, foram vítimas de acidente de moto. A maior parte
dos acidentados, 63,80% está em plena idade produtiva (tem de 18 a 40 anos).
Entre
as principais infrações relacionadas aos condutores de motocicletas, se
destacam aquelas envolvendo as cinquentinhas, como informa o responsável pelo
setor de fiscalizações da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB), Vinícius
Magnus. Segundo ele, esses condutores não respeitam nem a autoridade dos
agentes de trânsito, o que pode agravar as estatísticas dos acidentes. “Eles
(os condutores das cinquentinhas) agem como se fosse terra sem lei. Existe uma
falsa informação de que essas motocicletas não exigem habilitação, mas o que
muda é o termo, que é uma permissão e a carga horária da autoescola”, explica.
Vinícius
credita também essa falta de consciência à falta de estrutura para a
fiscalização. “Elas não podem ser multadas, mas podem ser guinchadas, mas não
temos guinchos. Tenho certeza de que a presença de um guincho inibiria mais a
prática das imprudências”, continua.
Quanto
às cinquentinhas, ele explica que os condutores estacionam em locais
inadequados, pegam a contramão em pleno Centro, entre vários outros problemas
que podem colocar em risco a vida de motoristas e pedestres. “Os problemas são
poucos com motos emplacadas, mas com as cinquentinhas são muitos. Acredito que
seja em todos os bairros, mas os registros mais frequentes são no Centro, onde
se concentra o maior fluxo de veículos. Quanto às motos emplacadas as
principais imprudências são capacete com viseira levantada, jugular aberta”,
diz.
Quanto
a isso, instrutores da categoria A, que corresponde às motocicletas, comentam
sobre o comportamento dos condutores, no que diz respeito ao que aprenderam nas
autoescolas e à necessidade de colocar em prática este aprendizado.
ORIENTAÇÕES
A
instrutora Priscila Liana explica que tendo ou não o aluno a noção de alguma
coisa, as aulas teóricas e práticas da autoescola têm obrigação de ensinar
tudo, seja sobre como se comportar no trânsito ou sobre os itens necessários
para a segurança de um condutor de moto.
Segundo
ela, o alerta é para o cuidado com a vida do condutor e das demais pessoas que
compõem o trânsito, mas nem todos dão importância ao que aprendem. “Pelo que
podemos perceber aqui nas aulas e com o que vemos nas ruas, muitos fazem o
correto aqui porque estão sendo avaliados, assim como eles têm cuidados quando
sabem que tem blitz pelo caminho”, afirma.
TEORIA X PRÁTICA
Na
opinião da instrutora, em torno de 70% dos condutores não expõem na prática o
que aprendem nas autoescolas. “Para se ter uma ideia, aqui nas aulas eles
querem fazer o percurso sem capacete, e dizem que não tem blitz, nem trânsito,
nós é que não permitimos”, continua.
O
instrutor José Reinaldo diz que os alunos são alertados sobre questões com
mistura de álcool e direção, atenção ao capacete bem preso, viseira, calçado
adequando, direção defensiva, não conduzir crianças na moto, entre outros
pontos. “Aqui nas aulas eles ficam atentos já que vão fazer as provas, mas nem
todos levam as lições para a vida”, confirma.
Uma
questão perigosa destacada pela instrutora Priscila Liana é a questão da
condução de crianças e dos ciclomotores. “Eu gosto muito de observar aqui no
final da tarde, na hora da saída das escolas, nunca vejo uma cinquentinha com
duas pessoas, elas estão sempre com mais, a maioria crianças e sem capacete. Já
cheguei a ver uma cinquentinha com cinco pessoas, quatro delas eram crianças.
Esses condutores não respeitam, pois sabem que não tem punição”, destaca.
*Fonte:
Gazeta do Oeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário