segunda-feira, 2 de março de 2015

Imprudência é a principal causa dos acidentes de trânsito

O Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) divulgou recentemente os números de vítimas de acidentes atendidas no ano de 2014. Dos 7.807 acidentados socorridos no HRTM, 5.802, o que corresponde a 74,34% do total, foram vítimas de acidente de moto. A maior parte dos acidentados, 63,80% está em plena idade produtiva (tem de 18 a 40 anos).

Entre as principais infrações relacionadas aos condutores de motocicletas, se destacam aquelas envolvendo as cinquentinhas, como informa o responsável pelo setor de fiscalizações da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB), Vinícius Magnus. Segundo ele, esses condutores não respeitam nem a autoridade dos agentes de trânsito, o que pode agravar as estatísticas dos acidentes. “Eles (os condutores das cinquentinhas) agem como se fosse terra sem lei. Existe uma falsa informação de que essas motocicletas não exigem habilitação, mas o que muda é o termo, que é uma permissão e a carga horária da autoescola”, explica.

Vinícius credita também essa falta de consciência à falta de estrutura para a fiscalização. “Elas não podem ser multadas, mas podem ser guinchadas, mas não temos guinchos. Tenho certeza de que a presença de um guincho inibiria mais a prática das imprudências”, continua.

Quanto às cinquentinhas, ele explica que os condutores estacionam em locais inadequados, pegam a contramão em pleno Centro, entre vários outros problemas que podem colocar em risco a vida de motoristas e pedestres. “Os problemas são poucos com motos emplacadas, mas com as cinquentinhas são muitos. Acredito que seja em todos os bairros, mas os registros mais frequentes são no Centro, onde se concentra o maior fluxo de veículos. Quanto às motos emplacadas as principais imprudências são capacete com viseira levantada, jugular aberta”, diz.

Quanto a isso, instrutores da categoria A, que corresponde às motocicletas, comentam sobre o comportamento dos condutores, no que diz respeito ao que aprenderam nas autoescolas e à necessidade de colocar em prática este aprendizado.

ORIENTAÇÕES 

A instrutora Priscila Liana explica que tendo ou não o aluno a noção de alguma coisa, as aulas teóricas e práticas da autoescola têm obrigação de ensinar tudo, seja sobre como se comportar no trânsito ou sobre os itens necessários para a segurança de um condutor de moto.

Segundo ela, o alerta é para o cuidado com a vida do condutor e das demais pessoas que compõem o trânsito, mas nem todos dão importância ao que aprendem. “Pelo que podemos perceber aqui nas aulas e com o que vemos nas ruas, muitos fazem o correto aqui porque estão sendo avaliados, assim como eles têm cuidados quando sabem que tem blitz pelo caminho”, afirma.

TEORIA X PRÁTICA

Na opinião da instrutora, em torno de 70% dos condutores não expõem na prática o que aprendem nas autoescolas. “Para se ter uma ideia, aqui nas aulas eles querem fazer o percurso sem capacete, e dizem que não tem blitz, nem trânsito, nós é que não permitimos”, continua.

O instrutor José Reinaldo diz que os alunos são alertados sobre questões com mistura de álcool e direção, atenção ao capacete bem preso, viseira, calçado adequando, direção defensiva, não conduzir crianças na moto, entre outros pontos. “Aqui nas aulas eles ficam atentos já que vão fazer as provas, mas nem todos levam as lições para a vida”, confirma.

Uma questão perigosa destacada pela instrutora Priscila Liana é a questão da condução de crianças e dos ciclomotores. “Eu gosto muito de observar aqui no final da tarde, na hora da saída das escolas, nunca vejo uma cinquentinha com duas pessoas, elas estão sempre com mais, a maioria crianças e sem capacete. Já cheguei a ver uma cinquentinha com cinco pessoas, quatro delas eram crianças. Esses condutores não respeitam, pois sabem que não tem punição”, destaca.


*Fonte: Gazeta do Oeste

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