Em 19 de março de 1915, numa sexta-feira, era inaugurada
oficialmente o seu primeiro trecho, entre Porto Franco, em Areia Branca e
Mossoró. Esse sonho era compartilhado por toda Mossoró por isso, quando a
locomotiva “Alberto Maranhão” chegou à Estação, foi recebida com aplauso. Na
plataforma do carro-chefe da composição, viajavam: João Tomé de Sabóia, Cel.
Vicente Sabóia de Albuquerque, Farmacêutico Jerônimo Rosado, Camilo Filgueira,
Rodolfo Fernandes, Cel. Bento Praxedes, Vicente Carlos de Sabóia Filho, além do
mais velho habitante da cidade, o Sr. Quintiniano Fraga, que ostentava o
pavilhão nacional. Aquele 19 de março foi realmente uma data muito importante
para Mossoró.
O trecho Porto Franco a Mossoró estava pronto e inaugurado,
naquele 19 de março de 1915; mas era só o começo. A partir daquela data, estava
aberta a luta pelo prolongamento da Estrada de Ferro, cujos trilhos levariam
ainda outros longos 30 anos para fazerem ligação com a Rede Viação Cearense, na
cidade de Souza, na Paraíba.
O tempo que Mossoró levou para concluir a sua Estrada de
Ferro foi muito longo e quando finalmente ficou pronta, os objetivos dos
primeiros tempos já não poderiam mais serem alcançados. O caminhão já havia
invadido as estradas, e com ele o trem não podia competir, nem em velocidade
nem em tempo.
Apesar de tudo, a ferrovia foi de muita utilidade para
Mossoró, sendo, por longo tempo, o meio de transporte mais utilizado pela
população, tanto para carga como para passageiros.
Hoje, ninguém fala mais daquele 19 de março de 1915,
que tanto orgulho deu ao povo de Mossoró. A Estrada de Ferro que fora
inaugurada naquela data, já não existe mais. A estação de embarque,
transformou-se em Estação das Artes; seus trilhos foram arrancados em grandes
trechos, suas oficinas estão em ruínas e das locomotivas, que antes cortavam a
cidade, não se tem mais notícias. A velha "Maria Fumaça” desapareceu para
sempre nas nuvens do esquecimento. Apenas alguns quadros, pendurados nas paredes
do museu, lembram da data que pela primeira vez o progresso chegava a Mossoró.
*Fonte: Historiador Geraldo Maia
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