Nem mesmo as previsões dos mais pessimistas
conseguiram descrever a atual situação da Fundação Vingt-un Rosado. A instituição, mantedora da Coleção
Mossoroense, que é patrimônio cultural do município, vem morrendo
gradativamente, ao mesmo passo em que as dívidas e problemas se acumulam.
Por inúmeras vezes, representantes
da Fundação vêm tentando, sem sucesso, marcar audiência com o prefeito
Francisco José Júnior (PSD). De acordo com o escritor Rogério Dias, foram
vários os ofícios encaminhados ao prefeito solicitando um encontro para
discutir algum apoio da prefeitura à Fundação, mas até o momento a direção da
unidade não obteve resposta.
Conforme Raniele Alves, assessor administrativo da
Fundação, a crise financeira é muito grave e tende a piorar. Ele explica que a
entrada de verba na instituição é praticamente nula, enquanto a saída em
pagamentos para aluguéis e funcionários é alta. Segundo Raniele, o fim do
convênio entre a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) e Fundação Vingt-un
Rosado agravou a situação.
Antes, na gestão de Fafá Rosado, o apoio dado à
Fundação era de R$ 19 mil mensais; já quando Cláudia Regina assumiu a prefeitura
municipal o contrato foi reduzido a R$ 8 mil mensais; e agora, desde que o
prefeito Francisco José Júnior (PSD) assumiu o Executivo de forma efetiva, não
houve mais repasse e a direção está aguardando um posicionamento do prefeito,
que até sinalizou que iria renovar o contrato, mas até o momento não executou
nenhuma ação concreta.
Segundo a direção da Fundação Vingt-un Rosado, hoje
a dívida da instituição chega a mais de R$ 170 mil. “Antes da morte de
Vingt-un, ainda tínhamos uma estabilidade porque ele cobria do próprio bolso as
produções. Hoje necessitamos de um convênio com a PMM, que possa custear o
trabalho de quem está aqui e pagar as dívidas que temos acumuladas”, explica
Raniele. E complementa que se a situação continuar como está a tendência é que a
fundação feche.
“A prefeitura não tem obrigação legal de apoiar a
Fundação Vingt-un Rosado. Mas a Fundação é patrimônio dos mossoroense e a
prefeitura deveria apoiar essa instituição que tanto contribuiu para a cultura
mossoroense”, ressalta o diretor da Coleção Mossoroense, Caio César Muniz. O
acervo da Coleção Mossoroense é maior do que o da Biblioteca Pública Ney Pontes
Duarte, e até mesmo do que o da Biblioteca Câmara Cascudo.
A Fundação
Vingt-un Rosado possui mais de 4.500 títulos e um acervo com mais de 150 mil
exemplares. Devido às dificuldades financeiras, parte do acervo da Fundação foi
doada e a outra parte está abrigada no Museu do Sertão.
* Assessoria de Comunicação
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