terça-feira, 14 de outubro de 2014

Fundação Vingt-un Rosado corre risco de fechar devido à falta de apoio da Prefeitura

Nem mesmo as previsões dos mais pessimistas conseguiram descrever a atual situação da Fundação Vingt-un Rosado. A instituição, mantedora da Coleção Mossoroense, que é patrimônio cultural do município, vem morrendo gradativamente, ao mesmo passo em que as dívidas e problemas se acumulam.

Por inúmeras vezes, representantes da Fundação vêm tentando, sem sucesso, marcar audiência com o prefeito Francisco José Júnior (PSD). De acordo com o escritor Rogério Dias, foram vários os ofícios encaminhados ao prefeito solicitando um encontro para discutir algum apoio da prefeitura à Fundação, mas até o momento a direção da unidade não obteve resposta.

Conforme Raniele Alves, assessor administrativo da Fundação, a crise financeira é muito grave e tende a piorar. Ele explica que a entrada de verba na instituição é praticamente nula, enquanto a saída em pagamentos para aluguéis e funcionários é alta. Segundo Raniele, o fim do convênio entre a Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) e Fundação Vingt-un Rosado agravou a situação.

Antes, na gestão de Fafá Rosado, o apoio dado à Fundação era de R$ 19 mil mensais; já quando Cláudia Regina assumiu a prefeitura municipal o contrato foi reduzido a R$ 8 mil mensais; e agora, desde que o prefeito Francisco José Júnior (PSD) assumiu o Executivo de forma efetiva, não houve mais repasse e a direção está aguardando um posicionamento do prefeito, que até sinalizou que iria renovar o contrato, mas até o momento não executou nenhuma ação concreta.

Segundo a direção da Fundação Vingt-un Rosado, hoje a dívida da instituição chega a mais de R$ 170 mil. “Antes da morte de Vingt-un, ainda tínhamos uma estabilidade porque ele cobria do próprio bolso as produções. Hoje necessitamos de um convênio com a PMM, que possa custear o trabalho de quem está aqui e pagar as dívidas que temos acumuladas”, explica Raniele. E complementa que se a situação continuar como está a tendência é que a fundação feche.

“A prefeitura não tem obrigação legal de apoiar a Fundação Vingt-un Rosado. Mas a Fundação é patrimônio dos mossoroense e a prefeitura deveria apoiar essa instituição que tanto contribuiu para a cultura mossoroense”, ressalta o diretor da Coleção Mossoroense, Caio César Muniz. O acervo da Coleção Mossoroense é maior do que o da Biblioteca Pública Ney Pontes Duarte, e até mesmo do que o da Biblioteca Câmara Cascudo.

A Fundação Vingt-un Rosado possui mais de 4.500 títulos e um acervo com mais de 150 mil exemplares. Devido às dificuldades financeiras, parte do acervo da Fundação foi doada e a outra parte está abrigada no Museu do Sertão.


* Assessoria de Comunicação

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